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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Como se concretizam os sonhos de vidas e de motos... Um bom ano!

Há mais de um ano e meio atrás, postei sobre realizações de sonhos, "Motocar ou não motocar... Eis a questão!", enfim, prioridades de vida em busca de algo que muito queremos em prol de outras.

Naquela época, minha prioridade era um lar, uma casa que eu pudesse chamar de minha, onde pudesse criar meu filho "solto", com espaço de sobra no quintal para que ele corresse, jogasse uma bola, subisse em árvores e comesse frutas direto do pé, por mais ordinárias que fossem. Lugar onde levasse também - prá aprender que a vida às vezes é dura - alguns bons tombos na grama, uma picada que outra de formiga "pimenta" e aprendesse a respeitar abelhas,  aranhas e outros pequenos seres peçonhentos, para, em futuro breve saber como tratar com outros quiçá maiores, infelizmente ainda existentes, com os quais invariavelmente um dia cruzará, chamados por alguns de chatos, pedantes, desumanos, bandidos (políticos?), etc.

(E o que isso tem a ver com motos? "O blog não é sobre motos?", questiona-se você...)

E eu queria - e, por honra ou teimosia muar - começar era do zero mesmo, para deixar exatamente como eu sonhava, sem ter de aceitar o que encontrasse já pronto. Iria construir, portanto. Queria também, nesse pacote, um lugar onde minha esposa pudesse tomar banho de sol, catar manjericão para prepararmos uma pizza marguerita, ler um livro tranquila observando o guri ou que pudéssemos simplesmente namorar à noite sob a luz da lua e das estrelas, sentados  em um banco de jardim embaixo de um butiazeiro ou nespereira no meio do gramado rescendendo ao orvalho da madrugada. E exigente que sou, queria ainda que a casa tivesse na lateral corredor de coisa de metro e vinte,  coberto por pedras à lembrar as boas e velhas estradas de rípio da Patagônia (lugar pelo qual me apaixonei) acabando aos fundos do terreno, por onde pudessem meus amigos ou nós mesmos passar com as motos e lá em um círculo que desenharia ou algo do tipo, alinhá-las. E queria também  uma boa lavanderia com lugar para guardar minhas tralhas de moto em um sótão sobre a mesma, com um bom acesso lateral por escada que ali encostaria.

(E isso tem tudo a ver com motos...)

Nessa época, fui antes de pá e enxada na mão, para salvar da morte certa uma "réles" nespereira. Sei lá... Deve ser porque estou ficando com mais idade, mais "bobo" talvez, e porque, à medida que vamos avançando no tempo ainda restam as boas lembranças.

Quando vi a nespereira no terreno outrora baldio, lembrei do tempo que era guri e que ficava comendo na rua as tais ameixas (é incrível e quase inimaginável hoje em dia nas capitais, mas naquela época se encontravam árvores frutíferas em plena calçada, coisa hoje em dia cada vez mais rara!). A gente guardava os caroços que fossem redondos, e ia depois brincar de "bodoque", já que estas eram melhores do que as bolinhas verdes de cinamomo, colocando latinhas nos muros. A diversão maior era quando achávamos as de alumínio, o "último grito"  em tecnologia (lembrando ainda que naquele tempo não existia a cata ao tesouro da reciclagem, e a confecção das latinhas de alumínio eram muito cara), pois as normais da época eram as de "folha de flandres", que não amassavam  tão fácil - ou, delírio!, furavam - quanto as primeiras.

(Naquele tempo a gente percorria a vizinhança de bicicleta, sonhando com motos, tendo um prendedor de roupas a prender uma tampa de margarina em contato com os raios só prá fazer um som do tipo "trééééé" que a gente jurava igual ao das DT's...).

A teimosa "reinou" para sair, com raízes emaranhadas em pedras e por baixo de laje antiga de concreto.  Foi marretaço, legítima "picaretagem" e poda à facão, regados à muito suor embaixo de um sol de meio dia de um domingo. Se ela resistisse, estaria apta a aguentar o resto dos trancos da vida, pensei eu... Cavei cova profunda e para lá arrastei-a, já meio esgotado das forças, pensando que teria sido muito mais fácil simplesmente "deixar por isso mesmo" e esquecer da nespereira. 

Mas eu sou "teimoso, como uma mula". E não é de minha índole "deixar por isso mesmo" as coisas. Quero sempre ir até o fim, mesmo que tenha de voltar "n" vezes para concluir algo... Arranquei à unha o basalto abaixo (até hoje não sei quantas camadas, concreto e o que já tivera naquele terreno que virara baldio e assim estava registrado desde sempre na matrícula), abri um entorno de coisa de metro e meio, encontrei a melhor terra que pude em meio à população incipiente de mamonas (por mais que eu arrancasse pela raiz voltavam com tudo), forrei o fundo da cova e ali meio que atirei a coitada. Molhei-a e gritei alto - já enlouquecido de sede e calor: "Agora, te vira que eu quero frutos quando vier prá cá!". Com o "facão de três listras" - amigo velho de todo bom gaúcho que se preze - ainda dei-lhe de talho, avisando o que ela teria enfrentar no meio da obra...

(Obra, ou ao menos essa minha, que tem tudo a ver com motos...)
Voltei lá quase que diariamente, atirando uma água ao pé, até se firmar e virar-se só com a chuva que porventura caísse. A peonada foi mais implacável que eu. Aquela árvore já judiada, serviu de escora prá andaime, tripé para bancada de dobrar vergalhão e o que mais viesse. Viravam cimento e brita na base dela, enfiaram-lhe pregos para tudo quanto foi lado e lugar que mais lembravam os cravos  às mãos de Cristo (com uma capacidade enorme de enferrujarem da noite para o dia, os quais removi só com muita força e grande pé-de-cabra) e antes de me mudar no início de agosto, ainda arranquei à picareta placa de concreto que ali se acumulara. E ela lá, impassível.

Entrei com as motos pelo caminho que planejei. Mais um sonho estava agora realizado! Brindei à coragem dela, me lembrando de quantas vezes estive lá olhando-a de rabo de olho, quantos tijolos vimos sendo empilhados desde as bases, quantos outros sonhos deixados para depois, horas "perdidas" longe de minha esposa e filhote para visitar a obra, mandar destruir e fazer novamente  uma parede que saíra  em desacordo com os planos e deixar tudo como queríamos, quantas brigas com os trabalhadores, fornecedores, com o construtor para que tudo corresse a contento. Lembrei-me da R1200GS Adventure que me desfiz com dor no coração para adquirir o terreno onde agora estava nossa casa, de bem mais lá atrás quando eu ia há quilômetros de distância estudar de bicicleta só sonhando com uma bonita família e com uma moto (ou uma "frota", porque não?), olhei a "velha" nespereira de guerra emoldurando a lavanderia e então tive certeza de como se realizam os sonhos de vidas e de motos...

Primeiro são sempre só sonhos. Os sonhos e mais nada. Torná-los realizade, depende só de sua força.

(E concluo que também meus sonhos tem a ver com motos...)

Agora outros sonhos já vislumbramos no horizonte. Não é de nosso feitio nos acomodarmos... Temos planos de e com as motos, viagens, empreendedorismo em torno delas. Minha esposa "chutou o balde" e decidiu que vai realizar também seus sonhos. Parte à nova profissão. Dou-lhe a maior força, pois tenho que a vida é só uma e precisamos fazer aquelas coisas com as quais sempre sonhamos. Tudo é possível. Mudamos o rumo, pegamos a estrada de chão em detrimento do asfalto tranquilo, contrariamos o grito dos exaltados que nos cobravam o caminho mais fácil e medíocre, mostramos dentes e punhos aos covardes e descrentes que nos disseram prá não ir por ali, para comprar pronto, prá não construir, prá não andar de moto (pois moto é perigoso!), não ter filhos, não sonhar demais, evitar os perigos e "talhos" da vida, já que atalhos, não há.

"Então, de repente, me lembro que os sonhos devem ser construídos passo-a-passo. Que sonho só sonhado, não leva a nada. Deve ser realizado, sendo importante ter sempre presente que só temos uma vida para fazê-los acontecer. É difícil? Claro que é! Demora? Normalmente um pouco. Tudo depende do tamanho e da força empregada para realizar o sonho." (sic post de fevereiro de 2011)

Tudo depende do tamanho e da força empregada para realizar o sonho.

Tudo depende se o seu sonho vale a pena...

Nunca deixe que alguém lhe diga que você não pode ter, não pode ir, não pode fazer. Não se permita desculpas. Não deixe de ir, de viajar porque todos seus amigos "deram prá trás" naquela viagem programada e há tanto sonhada por você para Ushuaia, Atacama ou para onde você deseje ir de moto. E mesmo se você ainda não tem moto - e nem "onde cair morto" - nunca, jamais deixe de sonhar! E sonhe com força! Sonhe acordado! Persiga seus ideais, lute, aguente o caminho ruim e os talhos que a vida pode lhe dar. Atalhos, não há.

Se todo mais der errado, ao menos no fim você poderá olhar para trás e dizer, com orgulho, que tentou. 

Porém, lhe garanto: nada pode dar errado! Salvo para os covardes, os que desistem. Enquanto você não desistir, não acabou. E se não acabou, ainda não deu errado.

Acredite que se esse ano foi bom para você, o próximo será ainda melhor. Se tiver a fé necessária, assim será.

Para o próximo ano já me comprometi a sonhar ainda mais alto, com trocar de moto, dar andamento definitivo à A&K Motos, viajar mais no lombo da motoca nova à vir, com a esposa e filho me acompanhando num carro novo e branco da A&K Motos que me seguirá (ou que seguirei) ou, com sorte, algumas viagens mais curtas com ela na garupa, conhecer novos lugares, etc. 

Afinal, que tipo de motociclista nós todos somos? Dos que concretizam os sonhos de vidas e de motos!

Até breve!


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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Longas viagens de moto. Você está pronto? - parte 05

No último post, falamos um pouco de malas laterais e bauletos, enfim, "cases" em geral:

http://aekmotoadventures.blogspot.com.br/2012/04/longas-viagens-de-moto-voce-esta-pronto_25.html

Neste, vamos falar de "bags" em geral: malas de tanque ou tank bag; dry bags, inner bags, roll bags, rack packs, back packs e outros, além sobre a utilização de aranhas, fita rápida e esticadores para fixação de babagem.


Malas de tranque - controvérsias, prós e contras

Helge Pedersen, em um de seus vídeos intrucionais dos Globe Riders (http://www.globeriders.com) a certa altura fala das malas de tanque, dizendo que odeia as mesmas. 


Infelizmente sou obrigado a concordar com ele. 

Malas de tanquem em geral, ao menos para mim, me deixam no mínimo preocupado. Por melhor presa que estejam, sempre tenho a impressão de que vão cair mais cedo ou mais tarde. Isso porque não há como carregá-las que não sejam "amarradas" ou fixadas à base de imãs, velcros, "lincagens" e congêneres. Talvez eu tenha essa impressão porque efetivamente já tive malas de tanque "voadoras". 

Pior ainda que isso, é a sensação que você sempre vai "abraçado" em algo, com a barriga pressionada constantemente. Por mais que eu tentasse ajustar a mala sobre o tanque, o desconforto simplesmente não desaparecia jamais! E, por fim, se você tem de subir nas pedaleiras, aí então é o caos! Com o perdão da expressão, você fica com um bagulho permanentemente lhe batendo nos "países baixos", o que não só é desconfortável como pode ser bastante doloroso, principalmente se você é homem.

O lado bom das malas de tanque é que le darão acesso fácil ao conteúdo interno, sendo o local ideal para carregar eletrônicos em geral, como câmeras, celulares, calculadoras de bolso, etc., bem como  mapas e principalmente documentos de primeira mão que NÃO devem ficar na moto quando você se ausenta. 

Nesse sentido, uma boa mala de tanque impermeável e que você possa retirar rapidamente nas paradas em que a moto fica longe de seus olhos, é o ideal. Então, pensando dessa forma, é fácil concluir que você deve optar por malas de volumagem contida.

A Kriega ( http://www.kriega.com ) conta com excelentes malas de tanque, absolutamente impermeáveis, com 5, 10 e 20 litros, que tanto podem ser utilizadas sobre o tanque quanto na traseira da moto, sobre o banco do garupa ou bagageiro. Se é para utilizar malas de tanque, recomendo as mesmas.  Para mim, tenho como ideais as de 10 litros. Essas sim, ao contrário das "originais" BWM, por exemplo, não me deixam com a sensação desagradável de que carrego algo mais na barriga além de meu estômago e nem são um "chute" no off. O único porém destas é que não contam com aqueles "porta-mapas" transparentes que lhe possibilita a visualização dos mesmos durante as paradas estratégicas no meio do nada a fim de verificar estar na direção certa. 

Mas... Em épocas de GPS, quem quer mapas de papel? fora eu, só uma meia dúzia de românticos, e olhem lá. Nada que seja verdadeiramente um real problema, pois sempre podem ser feitas as necessárias adaptações.

É claro, se você me perguntar se eu realmente gosto de utilizar malas de tanque, a minha resposta sempre é única: não!


Dry bags, inner bags, roll bags, rack packs, etc.

São tantas opções de "bags", "packs", "racks" e "inners" que chega a dar um nó na cabeça. A grande verdade é que são todas sacolas. Umas mais bonitas, outras mais feias. Umas efetivamente impermeáveis, outras nem tanto. 


Inner bags
Inner bags, em geral, são as "sacolas internas" de um determinado case. De forma superficial, podemos até dizer que um bom case lateral ou top case terá a opção de um inner bag. Isso funciona por exemplo tanto para as malas da Touratech, quanto para as da BMW e Hepco & Becker.

Mas porque você precisa de um inner bag se já tem um bom case lateral ou top case, onde pode enfiar a sua bagagem? 

Tenha em mente agora retirar por dias à fio, semanas, meses ou talvez anos, (lembre-se que estamos falando de longas viagens de moto!) todas as malas laterais e subir para o 3º, 5º ou 8º piso do hotel. Ou você acha que todos contarão com elevador!? Sem falar que não são todos cases que tem instalação e desistalação rápida ("quick release") e igualmente em geral não são nada leves. Além disso, para complicar mais ainda, nem todos contam com alças, sendo que em geral justamente os mais pesados - metálicos - é que não as tem. Com inners, você simplesmente arruma sua bagagem dentro dos mesmos e depois coloca-os dentro dos cases. Fácil assim! Adicionalmente, bons inners são também impermeáveis, trazendo proteção extra para a integridade da sua roupa, no que toca mantê-la seca. Você pode atravessar um rio sem problemas, pegar uma tempestade daquelas de assustar marinheiro velho em terra, e ainda assim ter a certeza de que terá uma meia sequinha para vestir no hotel. Nada mais aprazível! Vale o investimento, portanto.


Dry bags

Denominam-se "dry bags", em geral, todo "saco" impermeável. E quando falamos em saco, é saco mesmo! Não passam de longos tubos de lona, cordura, vinil ou material semelhante costurados em uma ponta e enrolados em outra. É o típico "saco de campanha", que você vê nos filmes antigos de guerra, onde o soldado carregava aquela verdadeira "mortadela" esverdeada de um lado à outro e atirava ao chão quando finalmente vitorioso encontrava a mocinha.

Feios e desengonçados, de cores variadas e geralmente berrantes, é o que há de mais barato - e funcional - quando você pensa em manter roupas secas. Leve em consideração que estes sacos são utilizados principalmente por velejadores e pessoal do caiaquismo de aventura, pelo que são aptos a  realmente enfrentar muita água. Daí a justificativa das cores berrantes... Fica bem mais fácil você localizar um amarelão ou laranjão no meio de um rio ou mar do que algo preto, cinza ou mesmo branco.

Já é algo bem melhor do que simplesmente colocar a roupa em uma mochila e após embrulhar esta em saco de lixo preto, daqueles de 100 litros. O grande "porém" dos mesmos é que, por terem abertura em uma só ponta, tudo lá dentro vira uma bagunça. Na hora de escolher uma cueca ou meia, você tem de virá-lo de cabeça prá baixo e despejar tudo sobra a cama do hotel. Nem preciso dizer no que vai virar sua roupa após alguns dias de viagem. 

Não é, portanto, a melhor solução. 


Rack packs

"Rack packs" não passam de uma "evolução" dos tradicionais "dry bags".Geralmente são semelhantes àquelas "bolsas" de academia antigas (lembra os filmes de boxe?), com um zíper em cima e alças ao lado. A diferença é que - além de impermeáveis - geralmente não contam com zíperes, tendo sim sua parte superior enrolada para fechamento ao mesmo estilo dos dry bags. Pense num dry bag com abertura na lateral em vez de na extremidade e você estará diante de um rack pack. 

Os melhores rack packs que conheço são da marca Örtlieb (http://www.ortlieb.com). É claro que você irá encontrar uma infinidade de outros rack packs, que se dirão tão bons quanto os Örtlieb. "Chovem" neste quesito produtos chineses. Qualidade, como sempre, muito discutível. Se você não quer "passar ruim", vá atrás de produtos bons. Depois não vá reclamar que o chinês não prestava e que não era nada daquilo que prometia. Örtlieb's não prometem. Eles cumprem a função a que se propõem. 

Há rack pacs, assim como dry bags, de tudo quanto é litragem, sendo que os Örtlieb's vão desde 20  e poucos litros, passando por  31, 45, 49 litros, até "absurdos" 89 litros. 

Se posso lhe dar um conselho, salvo extrema necessidade contrária, opte pelo meio termo dos 45 ou 49 litros. 89 litros é muita coisa! Praticamente o espaço interno de um frigobar dos grandes...Convenhamos que você não precisa de tanto espaço assim! Se necessitar disso e um pouco mais, então o melhor seria você seguir de carro e esquecer esse negócio de moto. Salvo, é lógico, se você vai só com um grande rack pack e mais um top case, o que justificaria bem a escolha. Ainda assim, a probabilidade de acharem que você está carregando um corpo sobre o banco do garupa, será alta...


Roll bags

Existem igualmente diversas marcas de roll bags, para tudo que é gosto, de tudo que é tamanho mas geralmente em forma de rolo mesmo. Daí "roll"... A BMW, entretanto, junto a seus fornecedores desenvolveu uma verdadeira mistura de tudo: colocou um zíper num rack pack, umas quantas amarras de fixação à moto, tirantes, porta-mapas e coisas do tipo e chamou isso de "roll bag". 

Gosto bastante deste produto. 

Com fundo rígido, não dá a impressão que você matou alguém e jogou na garupa da moto. De igual forma, os tirantes ou amarras que acompanham o roll bag são extremamente funcionais, e ótimos na hora de você tirar e retirar a bagagem da moto, ao contrário do que ocorre com os dry bags e rack packs grandes. 

O contra? 

A BMW do Brasil ainda não se deu conta que está no Brasil. Vende o produto sem subsídio algum, enfiando tudo que é imposto de importação e um pouco mais. Parece até que eles não compram o produto direto da fábrica, e sim de lojista lá na Alemanha. 

Aliás, essa é uma boa dica! Adquira o produto diretamente das lojas alemãs. Há grande probabilidade que mesmo pagando todos impostos devidos e indevidos, ainda assim no final das contas tenhas um item mais barato do que direto no concessionário. Ou então converse com seu fornecedor BMW. Apesar de tudo, eles são compreensíveis, e geralmente dão ótimos descontos para bons clientes, se é que você me entende...

Outros "bags"

Temos ainda "back packs" (nada mais do que a simples, funcional e famosa mochila),. Para viagens curtas até são aceitáveis, mas para longas, jamais, salvo se você carregar pouquíssimo peso nas mesmas. Caso contrário, sofrerá de uma boa dor de coluna ao final de um longo dia. Há , ainda, os "sem noção" que fazem a garupa carregar mochilas pesadas... A única desculpa aos mesmos é a inexperiência. Um verdadeiro motociclista experiente JAMAIS submeterá a garupa a tal situação. Se insistir em tal prática, não reclame se perder a companheira de viagens.

Saddle bags (em uma tradução livre, seriam "sacos de sela") não passam de versões modificadas de tank bags que vão ao lado do tanque. São ótimas para se carregar, por exemplo, capas de chuva, já que as deixam à mão e no caso de você tombar com a moto funcionam como bons "air bags". Além disso, são boas porque jogam um pouco mais o centro de gravidade à frente, boa prática principalmente para aqueles que costumam viajar muito carregados (o que não é recomentável, mas, se tem de ser, melhor distribuir o peso pela moto!)


Outro bag ou pack que está em "moda" ultimamente, são os saddle bags da marca "Giant Loop" (http://www.giantloopmoto.com). Bastante funcionais e ideais para motos trail pequenas, menores de 600cc, ainda que possam ser usados com louvor em motos maiores, tipo de 800cc ou ainda mais. Não existem restrições de uso. O único porém desse produto é que - embora melhores do que dry bags - não é a coisa mais fácil manter a roupa sem virar uma grande massaroca dentro dos mesmos.

Existem ainda uma infinidade de outros bags: "tail bags" (para a rabeta/traseira da moto), "pannier lid bags" (para serem fixados em cima/sobre a tampa de cases metálicos), "headlamp bag" (para serem fixados sobre o farol), "handlebar bag" (para ser fixado no guidom), "arm bag" (fixados no seu antebraço), "leg bags" (vão afixados à coxa) e tantos outros. 


Aranhas, fita rápida, esticadores e cordas em geral

Tenho uma palavra de ordem para aranhas, esticadores, fitas rápidas e cordas em geral: evite-os à todo custo!!!

É claro que todos estes acessórios são extremamente funcionais, mas se não bem afixadas, há grande risco de soltarem uma ponta e a mesma vir a enroscar-se na roda trazeira, danificando-a ou travando-a, podendo levar até mesmo à consequências desastrosas de graves acidentes. Portanto, só utilize tais itens se não houver outra forma de fixar a bagagem. Para carregar dry bags, por exemplo, não há outra saída, sendo  necessárias. Opte por esticadores, aranhas ou fitas rápidas de boa qualidade. Mas por favor! A corda evite à todo custo!!!

Pronto! Se você prestou atenção em tudo até aqui, considere-se habilitado a carregar a bagagem de maneira segura em uma moto! PARABÉNS!!!

Mas a questão principal ainda não vai respondida... Afinal, o que devo levar em termos de roupas, medicação e documentos em uma grande viagem de moto?

Tudo isso e um pouco mais será o assunto da parte 06. 

Até lá!



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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Longas viagens de moto. Você está pronto? - parte 02

No último post, falamos um pouco sobre a escolha da "moto ideal", chegando à algumas conclusões... Vejam elas no link:
http://aekmotoadventures.blogspot.com.br/2012/04/longas-viagens-de-moto-voce-esta-pronto.html

Hoje vamos pincelar a questão da equipagem da moto, em termos de proteções para as mesmas, banco, bolhas, pneus, amortecedores, etc.



O banco ideal

Quando falamos de banco de moto, de plano se pensa no mais confortável possível. Afinal, estamos falando em ficar sentados durante várias horas, muitas vezes sem grandes movimentos em cima da moto. Pensamos em algo que não deixe literalmente "a bunda quadrada", em bom português, com o perdão da expressão.

Fora as customs (as quais já referi particularmente não gostar para longas viagens, por razões pessoais), a R1200GS (legítima Maxi Trail) e algumas Sport Tourings (também não vejo como ideais para longas viagens, mas para mim já são melhores do que as custons por "n" motivos pessoais), a verdade é que a grande maioria das motos não contam com os melhores dos bancos. de fábrica. E porque isso? Normalmente porque não é a "proposta" de uma moto que você fique permanentemente colado ao banco por vários quilômetros! E isso tem inúmeras razões, que vão desde estabilidade cinética da moto, dirigibilidade, movimentação do centro de gravidade, passando por estética, aerodinâmica e outros itens. "Simples" assim.

Vejamos a minha "paixão". A F800GS. Porque raios o fabricante colocou na mesma aquele banco estreito e duro, quando poderia ter feito algo mais confortável?

Ora, a F800GS foi feita tabém - ou principalmente - para o off road. Em tal tipo de pilotagem, o que menos importa é um banco confortável, já que por longos períodos é recomendável que você permaneça em pé sobre as pedaleiras. Além disso, bancos muito confortáveis do tipo "sela", acabam impedindo seu deslizar necessário sobre o banco para mudar o centro de gravidade da moto, seja de um lado ao outro, seja de trás prá frente e vice-versa. E para não ir mais longe, vamos agora imaginar como ficaria a F800GS com um grande banco de Harley ou coisa semelhante... Pro meu gosto, simplesmente seria algo horripilante!

Uma boa alternativa então, é "reformar" o banco em um estofador, solicitando que não altere o formato do mesmo, mas complete o mesmo com mais espuma. Não é um serviço caro e nem muito complicado, sendo que com espuma automotiva, um grampeador de estofador e um pouco de boa vontade (e tempo!) você mesmo poderia executar a faina. Claro que como a maioria se arrepia só de pensar em desmanchar um banco e inutilizá-lo, tem quem faça o trabalho cobrando bom preço por isso. Vide Erê, Kendy e tantos outros. O porém de reformar um banco é que fatalmente este ficará mais alto (mais conforto = mais espuma) e você poderá perder o contato do pé com o chão, ainda que parcialmente. Não existe fórmula mágica (alguns utilizam no lugar de espuma "gel" próprio. Discutível... Se não for um gel de muito boa qualidade, será um grande e melequento problema!).

Outras alternativas são os bancos estilo "confort" do próprio fabricante (a BMW tem um banco excelente em tal estilo para a F800GS, embora limite movimentos, por ser do tipo "sela"), almofadas "Airwalk" ( http://www.airhawk.net/) que acho um tanto caras, e outras duas boas opções mais em conta, como almofadas ortopédicas (procure por almofadas para hérnia ou cadeirantes, encontráveis em boas lojas de ortopedia) ou a que adoro e costumo utilizar: pelego de ovelha! Essa opção é muito utilizada pelos europeus há anos e é item essencial na sela do cavalo de um gaúcho, daí que facilmente encontrável na região sul por preço bastante em conta (se lhe cobrarem mais de R$ 100,00 por um bom pelego, você está sendo roubado!), nas cores branca, bege clara ou preta (sim! As mesmas cores das falecidas ovinas...). O bom do pelego é que, ao contrário do que se pensa, no verão não esquenta tanto e no inverno esquenta. O pior é a chuva, mas um pelego legítimo tem a capacidade física de secar rapidíssimo. Sem dúvida alguma, é por conta disso é que ovelhas não usam secador de cabelos, entendeu? Outra coisa boa é que você pode usar o pelego como tapetinho no hotel, colocar no pé da cama nos dias mais frios e lavar de forma simples (utilizar shampoo), dando-lhe uma boa escovada depois (com escova de aço, encontráveis em qualquer ferragem).


A bolha efetiva

Bolhas, "windshields" - ou "párabrisas" como alguns costumam chamar - de fábrica das motos em 90% dos casos, assim como ocorre com os bancos, costumam oferecer pouca ou nenhuma proteção contra o vento, chuva e sujeira, seja por conta da proposta ou estilo da moto, seja por questões de custo do fabricante.

É por causa disso que você nunca vai ver uma "naked" com uma bolha de fábrica, ou uma moto voltada também para o off road com tal equipamento. Quando esta última vem com alguma minúscula bolha - caso da F800GS - já tem de ser dar vivas.

O que a maioria dos pilotos não percebe é que, quando se quer uma boa bolha, não basta simplesmente instalar uma maior e pronto, porque toda bolha maior irá trazer uma série de implicações, deste um aumento no consumo se mal dimensionada até instabilidades graves direcionais da moto, sobretudo com ventos fortes laterais e frontais. Além disso, há que se considerar que se você está numa moto, não está para "se esconder" dos elementos da natureza, como chuva, vento, detritos, insetos.

Outro grande perigo e geralmente não considerado são as malditas bolhas de acrílico. Há os que se gabam dizendo ter instalado uma bolha maior na moto por um preço excelente, não percebendo - ou nem sabendo a diferença - que acabaram de adquirir uma porcaria de uma bolha de acrílico... E qual pode ser o real preço final disso? Ora, bolhas mais baratas e que normalmente são confeccionadas em acrílico se tornam extremamente perigosas quando quebram, já que apresentarão pontas e fios altamente cortantes, como uma navalha.

O ideal, portanto, é pagar um pouco mais e partir para as bolhas de "plexiglass". São normalmente as bolhas do próprio fabricante. A diferença é que quando o plexiglass quebra, não apresentará fios e nem pontas, como ocorre com o acrílico. É mais ou menos a diferença entre o vidro comum e o vidro temperado.

Uma boa alternativa, se a bolha alta do fabricante ainda não é o bastante para você ( a F800GS tem da própria BMW a modelo "touring") é a utilização de "spoilers", que ajudam a jogar o vento mais para cima ainda, a fim de passar sobre o capacete, o que é o ideal. Os melhores spoilers são os da Touratech e da Wunderlich, mas os da Trail Moto Parts ( www.trailmotoparts.com.br) não deixam absolutamente nada a desejar para estes, sendo uma opção nacional e portanto muito mais em conta.


Pneus

A questão dos pneus também é bastante crítica. Quando você pensar numa moto para longas viagens, não pode deixar de pensar nos pneus. Mas em que sentido?

Vivi problema que considero gravíssimo em se tratando de pneus, pelo que aprendi bem a lição: nunca compre uma moto com pneus que não sejam "padrão".

Tenho uma Buell Ulysses que utiliza pneus de aro 17 tanto na frente quanto atrás. À frente são 120mm de largura, enquanto atrás impressionantes 180mm, 70mm de "altura" à frente e 55mm atrás. Atualmente o único pneu servível é um tal de Scorpion Sync da Pirelli. Ocorre que esse tipo de pneu você não encontra em lugar nenhum, e quando eventualmente o consegue, tem de pagar uma verdadeira fortuna. Isso enquanto a Pirelli não acabar com esse modelo, já que praticamente só serve às Buells, uma marca que nem existe mais... Conclusão, estou atualmente utilizando pneus de "speed" numa sedizente "big trail", limitando a utilização da mesma ao asfalto e eventual off muito do leve (estradas de terra/"chão batido").

Enfim, em se tratando de big trails, procure por uma moto que possa compartilhar pneus com outras motos. Raios "normais" de 19 ou 21 polegadas à frente e 17 atrás, com nada que ultrapasse os 150mm de largura na traseira irão lhe trazer pouca ou nenhuma dor de cabeça.

Veja ainda a utilização que você vai ter para o pneu, o chão que vai rodar. Se nos seus planos estão menos de 10% do trajeto de rípio ou "off road", não há porque calçar a moto em pneus "biscoito", sendo melhor opção um "dual purpose".

Mas com ou sem câmara de ar?

Inegavelmente pneus SEM câmara de ar são infinitamente mais fáceis de serem consertados no lugar que você estiver. Duas ou três ferramentas de bolso, mais um "espaguete" (massa "química" própria para vedar furos de pneus sem câmara) e uma boa bomba manual de bicicleta são suficientes para um rápido reparo e continuar rodando ao menos até o próximo posto para calibragem correta. Existem ainda outros produtos, tipo injeções anti-furo de "gel" para inserir dentro de tais pneus, cuja eficiência acho discutível, embora tais tenham ferrenhos defensores. No mínimo tenho que há um risco de desbalanceamento do conjunto, trazendo "shimmy" à moto e outros efeitos indesejados na boa pilotagem.

Os que defendem os pneus COM câmara de ar - principalmente os fabricantes, eis que rodas para os mesmos são geralmente infinitamente mais baratas do que para pneus sem câmara - sustentam que os mesmos são mais resistentes ao off road. Sinceramente, acho isso uma defesa falha. Ora! Se uma câmara de ar é tão boa assim, basta colocá-la na roda e dentro do pneu sem câmara, sem problema algum! Assim você tem a "proteção" da câmara e ainda conta com a facilidade de manutenção do pneu sem câmara.

Mas porque isso tudo tem tanta importância assim?

Simples. Trocar um pneu e/ou consertar uma câmara de ar no meio de nada, com pouco ferramental, é tarefa bastante árdua e que demanda tempo considerável. Tempo esse que muitas vezes por conta da "lei maior de Murphy" você não tem, quando o melhor é chegar à civilização antes que a noite caia (salvo se você está preparado para acampar, não sendo, logicamente, qualquer lugar deserto recomendável para o campismo).

De qualquer forma, se você vai empreender uma longa viagem de moto, é bastante recomendável que você saiba consertar um furo de pneu, seja este sem ou com câmara de ar. Treine, portanto, antes de sair.


Protetores de motor e de cárter

Se existe um item importante numa moto, sobretudo naquelas que irão enfrentar o off road, sem dúvida este item são os protetores de motor e de cárter. Uma campana de embreagem rompida ou um cárter rachado, acaba fácil com qualquer aventura.

Há ainda quem confunda estes dois itens até porque existem protetores de cárter que são efetivamente verdadeiros protetores de motor. Ou vice-versa.

Em se tratando de protetores de motor, existem inúmeros modelos disponíveis no mercado, dos mais baratos aos mais caros, dos mais efetivos aos mais ineficazes. Cuidado! Muitos protetores de motor mais baratos são verdadeiros vilões, e, ainda que esteticamente pareçam bonitos, podem trazer mais prejuízo do que proteção ao motor. De nada adianta um ultra-rígido protetor de motor que vá fixado ao motor e que "na hora do vamos ver" transmita todo o impacto ao mesmo, rachando o bloco e tornando praticamente toda moto imprestável, uma vez que tal peça comprada de forma apartada facilmente aproxima-se do valor da moto.

Ao contrário do que se pensa - e que alguns fabricantes e lojistas inescrupulosos empurram à clientes - protetores de motor não são simplesmente grossos tubos de ferro dobrados. Há toda uma engenharia envolvida em tais "ferros retorcidos", apta a fazer com que o protetor possa absorver o impacto de uma queda, deformando-se quando e onde projetado e necessário. Isso por si só explica a gritante diferença de preço de protetores de motor, à exemplo do que ocorre com bolhas de acrílico versus plexiglass. Bons protetores de motor não são, por conta disso, encontrados em qualquer lojinha de esquina.

O ideal é você optar por protetores dos próprios fabricantes da moto. Tem uma BMW? Procure pelo protetor de motor da BMW e/ou marca que este utilizar (ex.: a R1200GS utiliza protetores Hepco & Becker). Se não encontrar protetor próprio para sua moto, veja os grupos de discussões internacionais, ou lance no "google" "crash bar protector" ou "engine protector" e veja o que o pessoal ao redor do mundo mais utiliza. Entre em diversos sites e fóruns de discussão, sobretudo "gringos", para ver os comentários sobre determinado produto. Sugiro sempre o que o "velho mundo", como Europa e sobretudo Inglaterra, anda aprovando. A unanimidade nem sempre é burra, ao contrário do ditado popular, ainda mais em se tratando de motoaventura, área que conta com muita gente altamente qualificada com centenas de milhares de milhas nas costas.

Para a que está na minha mira atualmente - a F800GS - tirante os Touratech, tenho que o melhor protetor de motor é o da G-It (Guard It Technology), ainda que os SWMotec (www.sw-motec.com) não façam feio.

Igualmente, protetores de cárter não são meras chapas de aço ou ligas de alumínio dobradas. De plano, diga-se que os protetores de cárter originais de fábrica que vem nas motos, normalmente de material plástico, pouco ou nada irão proteger o cárter quando mais necessário. Uma pedra maior facilmente irá destruir ou arrancar do lugar tal protetor.



Também os protetores de cárter devem proteger efetivamente o cárter, deformando-se quando necessário e absorvendo impactos. Devem ter tamanho e peso compatíveis com a moto, sendo fáceis de instalar e retirar a fim de darem acesso ao bujão de óleo para a devida troca periódica.

Neste item, procure també o melhor protetor de cárter, ainda que tenha de pagar um pouco mais por isso. A F800GS conta com um protetor de cárter alternativo, modelo Enduro, que pode ser adquirido junto ao fabricante BMW. Tal protetor de cárter aliás, equipa a F800GS Trophy. No meu sentir, deveria equipar TODAS as F800GS indistintamente, assim como deveriam ser indistintos os protetores de manoplas de tais motos.


Outros protetores, acessórios e amortecedores, serão objeto do próximo tópico, da próxima semana. Existem muitas boas e necessárias considerações básicas acerca desses itens.

Até lá!



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