quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Acidentes, a "bandidagem" e a tua moto. Arriscar ou parar de andar de moto?

Essa semana chegaram duas notícias nada boas. 

A primeira - mais abrangente a todos motociclistas - que "viralizou" nas redes sociais e youtube, que mostra bem os meliantes roubando à mão armada uma Hornet Branca, após o que um deles toma um tiro, e a segunda sobre a morte de uma conhecida/amiga de vários integrantes de lista de discussão da qual faço parte. 


Da primeira, não muito a falar, fora que, hoje em dia ter uma Hornet, sobretudo em SP, é quase como andar com um bolo de dinheiro saindo para fora do bolso. Isso porque a Hornet é a moto preferida pelos "mano", assim como o Gol sempre foi o melhor alvo para furto. A Hornet é uma moto pequena, fácil de pilotar e ágil como uma CG.

Da segunda, muito a falar. Como esse acontecimento estava "mais perto" da minha realidade, de certa forma me chocou mais. A Sra. Fernanda, já longe de sua meninice, andava dando pulos de alegria, porque conseguira comprar sua própria moto e agora deixara de ser garupa. Fatalidade ou peças que a vida nos prega, acabou morrendo justo por estar na garupa... Mais um bêbado causou acidente logo à frente, com outra moto, de lá voou peça que atingiu Fernanda na cabeça. O piloto teve tempo de se abaixar, mas Fernanda, na garupa, não teve a mesma sorte, falecendo por traumatismo craniâno. 

Discussões daqui, dali, veio um com a inevitável pergunta: 

Afinal, com tanto assalto, tantos acidentes, vale a pena arriscar tanto assim? 
Ou o melhor a se fazer é parar de andar de moto? 

No momento que abrimos mão de nossos sonhos, abrimos mão de tudo. Abrimos mão de nossa liberdade, abrimos mão de nossas escolhas, de nossa honra, fé, esperança, etc. Abrimos mão de nossa vida.
Claro, sou humano, e essas notícias também me abalam muito. Ainda mais tendo uma esposa igualmente motoqueira, a quem incentivo sempre a pilotar. Já perdi MUITO amigo, conhecido em acidente ou roubo de moto. A grande maioria sem culpa/reação nenhuma do piloto! Mas nenhuma mesmo! Tudo gente boa, calma, experiente, com anos de motociclismo nas costas. Aqueles cabras que vc olha e diz: esse não existe, de tão boa pessoa que é.

E já perdi - desde cedo, quando fiz "brevê" - grandissíssimos amigos em acidente de avião (um um único ano foram dois... Um de planador, outro de monomotor. Depois mais outros...). Por outro lado outro teve uma hélice de avião experimental "quebrada" na cabeça, perda de massa encefálica (estava de capacete de fibra carbono, que rachou ao meio) e está vivo - e completamente bem!!! - até hoje!!! Perdi outros tantos amigos em acidente de carro, infarto (com 30 e poucos) e até overdose. Enfim, já perdi amigos de tudo quanto foi jeito...

A cada acontecimento desses eu reforçava minha crença que abrir mão de meus maiores sonhos por conta de meia dúzia de marginais ou do "possível" destino, me desculpe, mas eu não irei é nunca!!! Minha esposa também pensa assim, e sabe que se não superar e vencer seus medos, eles aparecerão e a vencerão na pior hora possível. Sim. Nossos medos, acredite, são muito mais cruéis do que qualquer bandido...

Cada dia que eu ligo a moto, eu sei de todos os riscos que estou correndo. Então eu beijo a minha mulher, me despeço com um abraço do meu guri... Vou prá estrada e vejo carros cortando a minha frente, normalmente um motoqueiro caído todo dia, um doido "suspeito" que passa flechado com um garupa mais suspeito ainda que "analisa" se a minha moto "vale a pena".

O fato é que a gente nunca sabe se vai voltar. Mas isso a gente não sabe é nunca! Seja de moto, de carro, a pé, prá morrer basta estar vivo. Pior que morrer uma vez, porém, é morrer todos os dias...

"Os covardes morrem todos os dias. Os corajosos só uma vez."

Fui eu que inventei essa frase? Não sei e não importa... Só sei que pretendo morrer uma única vez. Bem, mas beeeeeemmmm velinho, junto da minha família e, se Deus quiser, sobre a moto. Ou no mínimo encostado nela, na beira da estrada, olhando pro nada. Feliz. Tipo assim: parando devagar o coração e "puft". Fui. Podem vir as formigas carregar minha carcaça.

Mas é isso o que eu penso, a cada dia, a cada "loucura" nova que eu ou esposa inventamos (Putz! Ela apóia minhas doideiras e eu as dela... Dois doidos! Afff!), que me gela a espinha mas aquece a alma... E - depois de casar e ter filho - vem daqui há alguns dias, uma das minhas maiores loucuras, totalmente apoiada por ela. Então...




"Cadum, cadum."

Acha que é melhor parar de andar de moto? Isso é com você. 

O que fazer? O que decidir? 

O que eu faço, é rezar prá que o "Homenzinho" lá em cima só me leve na hora que ELE decidir, e que até lá, esteja comigo e deixe beeemmmmm longe esses fados que estão entre nós.

A nossa "hora", só Deus sabe. Na vida só existem duas coisas certas: a morte e os impostos. 

E, somo, que é muito bom andar de moto...

E você? O que decide? 

Até breve! 

Crédito das fotos e logomarca:
Do autor deste blog




 

terça-feira, 8 de outubro de 2013

AGORA É OFICIAL! Lançada a R1200GS LC Adventure!

Em julho passado, já prevíamos e informávamos aos nossos leitores sobre a "cara" da R1200GS LC Adventure, como você pode rever no POST.

Ontem tivemos a confirmação de que era aquilo mesmo. nenhuma mudança perceptível em termos de "design" daquela para a atual.



Agora nos chegam mais informações, bem como a ficha completa da mesma, que passamos a analisar junto a você. Será que valerá a pena ter esta moto na garagem? 

É o que você vai decidir agora:: 

Já na Europa

Nas "gringas", como sempre, tudo chega antes de estar aqui. Com a R1200GS LC Adventure, não é diferente. Já disponível nas concessionárias, onde no link da BMW Motorrad Internacional se pode ter mais detalhes sobre a mesma: 

Veja AQUI.


O que muda para melhor

Dizer que algo "melhorou" ou fiorou é algo muito relativo e completamente subjetivo. O que pode ser bom para alguns, pode ser ruim para outros. 

De cara, podemos falar justo da "cara" da nova R1200GS Adventure. Vem completamente diferente de sua antecessora. 

Com um ar muito mais moderno, passa ainda mais agressividade, mostrando já numa primeira olhada o quão tecnológica vem. As luzes de filamento agora sumiram completamente, dando lugar a uma penca de luzes de led, as quais tem a promessa de serem muito mais duráveis. Se isso por um lado é bom, por outro é ruim, como falaremos abaixo no tópico em questão. 

O tanque reduziu seu volume em 3 litros, tirando peso "desnecessário" da moto. Desnecessário porque os 30 litros da atual prometem uma autonomia igual ou maior do que a antecessora, uma vez que está mais econônica pelo acerto do motor e principalmente por conta da refrigeração líquida, que faz o motor trabalhar mais frio e render muito mais, sem muitas perdas por geração de calor.

Os  protetores de motor e carenagem estão muito mais "efetivos", contornando bem as linhas da moto, ao contrário do que aparecia no modelo anterior, onde uma queda poderia, com azar, danificar o motor. Agora, dão a impressão de estarem protegendo bem mais o conjunto.
 

O que muda para pior

Se por um lado luzes de led são mais duráveis que lâmpadas "comuns" de filamento, por outro podem ser um grande problema. Quando queimar algum pisca, as luzes do farol, prepare o bolso. Você não vai ter mais a alternativa de trocar só a lampada, como ocorria outrora. Agora terá de mudar o conjunto todo, seja de piscas, seja de farol. E com certeza isso será infinitamente mais oneroso do que uma simples lâmpada "genérica" ou mesmo BMW.

Nesta mesma linha, o alternador que antes fornecia 720W, agora passa a fornecer "apenas" 510W de energia. Isso porque luzes de leg não precisam, logicamente, tanta "carga" quanto luzes convencionais, trabalhando com uma voltagem - e watagem - bem mais baixa para gerar igual ou maior luminosidade. Ocorre que esta mudança impede que se coloquem "sobressantes" na moto. Qualquer penduricalho eletrônico a mais, que não os originais da moto, podem levar à exaustão da capacidade de carga do alternador, e não carregar a bateria como esta deveria, deixando então o piloto na mão, já que não é qualquer carregador capaz de fornecer energia à bateria, uma vez que o sistema "can bus" da moto impede a utilização de carregadores "convencionais", o que pode ser um problemão.   

O peso é outro item que de certa forma "piorou". Se bem que não se pode dizer que a engorda de 1kg seja algo significativo. Porém, como toda moto mais moderna, sempre se espera que venha mais "elegante", mais leve. Não é o caso da Adventure. Se por um lado perde peso por conta de novo design, chassis, tanque menor, etc., por outro é preciso sempre lembar que um conjunto de radiador e motor preparado para que haja a passagem de água "dentro" dele é um aumento de peso considerável. Assim, dizer que 1kg a mais é "pior" ou "melhor", em se tratando de uma moto agora refrigerada à líquido, é algo muito relativo e personalíssimo. 

O escapamento mudou de lado... Então os cases metálicos da sua "ex" Adventure não servirão nesta. Se for vender a sua "Adv" em um "up grade" para esta moto, já pode entregá-la com todos os cases. Você não terá mais utilização para os mesmos. 


Preço

Talvez esse um dos itens que mais interessa ao cliente e sempre a maior incógnita. 

Se tomarmos por base o valor da R1200GS LC aqui comparada com o valor dela lá fora, podemos concluir que a R1200GS LC Adventure custará no mínimo na base dos R$ 95.900,00 e com o conjunto de cases (afinal, uma Adventure sem os cases não é uma Adventure), frete e emplacamento passará facilmente dos R$ 100.000,00, quiçá beirando facilmente a casa dos mais de R$ 110.000,00. 

Muito dinheiro para uma moto? 

Talvez... Tudo depende se você vai usar esta moto como deve ou não. Se for para deixá-la parada na garagem, é muito dinheiro sim. Se você, por outro lado, vai dar a ela o tanto de estrada quanto ela merece, então pode ser um investimento bem interessante. 

No fim das contas, só você pode saber e avaliar se essa moto vale ou não o preço de um apartamento pequeno.


Conclusões finais

Concluindo, somente pela análise da ficha técnica e dados disponíveis, já se percebe que a R1200GS LC Adventure vem totalmente renovada, premetendo continuar seu reinado absoluto dentre as big trails aptas às longas distâncias. O tipo de moto para você montar em cima e esquecer o resto. Sair lá do Ushuaia e um par de meses após, quando muito, estar em Ancorage, na outra ponta da América, completamente descansado e parecendo que ontem saiu lá de baixo. 


Enfim, é moto para ninguém colocar defeito. Como a BMW já vem fazendo há mais de 30 anos quando se trata de suas GS's.

E então? Já dicidiu se quer esta para você? 

Eu confesso que não ficaria chateado de ter uma...

Até breve!


Crédito das fotos:
BMW blog
google images

terça-feira, 1 de outubro de 2013

ABS obrigatório em TODAS motos! Isso é bom ou ruim?

Mais um Projeto de Lei vai à votação. Agora é de nº 6273/13, que determina a obrigatoriedade de tal equipamento para TODAS as motos novas. Todas. Sem excessão... Pretendendo alterar o Código Nacional de Trânsito, no art. 105, grafa no inciso VIII: "para as motocicletas, sistema antitravamento de rodas (freios ABS).”.

Vai passar? Não vai? Isso é outra história...


O certo é que um projeto de lei para melhorar mesmo (não é fazer de conta!) o transporte público e com isso desafogar o trânsito; tornar obrigatório ciclovias em grandes cidades; definir as áreas de escape junto a sinaleira para o motociclista andar sempre à frente dos carros (e não entre eles); regulamentar guard-rails "duplos" (que não tenham aparentes aqueles ferros sustentando os mesmos, prontos para decepar o motociclista que cai); determinar - onde cobrado - pedágios exclusivos para motos (onde não haja espaço para passar carro), aí, ah... Aí nem pensar, né? Afinal, qual o benefício monetário que isso traria para o estado? Nenhum... Venderiam-se menos carros, menos combustível, teríamos menos acidentes, menos poluição, mais saúde para população, menos mortos e aleijados pelas vias e, na boa, já parou prá pensar a quem isso realmente interessa?

Nunca quero parecer o "profeta do apocalipse", nem o ecochato que vê defeito em tudo que for progresso ou então o sociopata com mania de teorias da perseguição e do caos... Mas quando eu vejo o que apresentam como projeto de lei e fundamentalmente o que poderiam - e sempre deixam de - apresentar ainda mais em se tratando de motos, aí se vai a pouca esperança que ainda me resta nos que fazem as leis. 

E, deixando claro que odeio falar de política. Salvo quando envolve motos, logicamente. Claro, o problema sempre o mesmo. Quem quer legislar, normalmente não entende um ovo do que está falando. Jogo todas as fichas que este Senhor nada sabe acerca da condução de uma motocicleta e/ou se um freio ABS é efetivo e/ou necessário em todo o tipo de moto.

Isso é evolução? ABS é para o bem de todos, para a segurança do motociclista? Tá bom... Mas onde fica a liberdade de comércio e, sobretudo, a liberdade de escolha? Onde fica o interesse social, o que é realmente melhor para a população, o acesso facilitado aos bens de consumo, a segurança no trânsito? Ou é um sistema de ABS o apto a resolver todas as mazelas da falta de educação no trânsito? É a "motoescola" ridícula que lhe ensina a andar num circuito fechado, coisa que seria risível em qualquer país desenvolvido?

Um item a mais, um preço a mais. Porque fabricante nenhum nesse mundo consegue inserir um equipamento
que preste em uma moto - ainda mais um módulo ABS, que de barato não tem nada - sem fazer subir o valor agregado. Leia-se, o preço final ao consumidor. E, assim, o que já estava caro (hoje em dia não se acha moto por mais porcaria que seja por menos de R$ 5.000,00), fica ainda mais caro. 

De minha parte, só o que posso dizer é o seguinte: ABS é bom? Lógico que é! Quem pilota com não quer mais saber de não tê-lo... Mas daí a obrigar a todas as motos o terem, ou melhor, obrigar todo mundo a usar pela via reversa, por tabela, porque não vai ter outra escolha, já me parece demasiado "protecionismo" estatal.  Estado esse que não se preocupa com o básico e vem meter a colher até no que não entende: motociclismo.

Não preciso que me digam que eu devo rodar com uma moto com ABS porque é mais segura, enquanto o cara no carro ao lado dirige falando ao celular, sem que nada aconteça com ele; enquanto o bêbado que matou meu amigo - por uma pane parou a moto no acostamento - continua dirigindo; enquanto o guard-rail está lá, com seus ferros aparentes, esperando a fatalidade; enquanto o piso do pedágio está cheio de óleo, preparando a emboscada; enquanto se faz uma motoescola onde nem se sabe da existência da quarta marcha ou de carros no trânsito; enquanto, enfim, se fazem leis da mesma forma que se fazem salsichas. 

Duro é não poder escolher. Duro é ter de engolir tudo quieto até no mundo do motociclismo.

O melhor, nestes casos, como sempre digo, é rodar mais um pouco de moto. Para tentar esquecer tanta meleca que se faz nesse país, onde ninguém tem direito à nada, e o pouco direito que ainda se tem, é surrupiado lentamente, sem que ninguém perceba. 

E você? Vai rodar ou vai ficar pensando sobre essas coisas? 

Por estas e outras que rodar, é sempre o melhor a fazer.

Até breve!


Crédito das fotos:
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