segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Você conhece a Ruta 40? Fotos, roteiros e um pouco mais sobre a estrada da Patagônia Argentina


Assim como a "Route 66" é um ícone na América do Norte, a Ruta 40 tem importância na América do Sul, não havendo um motociclista que não tenha ouvido falar nela, passado por ao menos um trecho dela e/ou percorrido-a por inteiro. 



Tão ou mais importante do que ir ao Atacama ou Ushuaia ao motociclista aventureiro que se preze, percorrer a Ruta 40 é viagem quase que obrigatória para aqueles que querem desfrutar de belas paisagens, sem muito compromisso com "correrias" e o ter de chegar logo, como ocorre com os que vão pela Ruta 03 até os extremos sul do continente.

Mapa de Ruta Nacional 40Sendo a Rodovia mais extensa da Argentina, com um total de 5224 quilômetros, iniciaram sua construção em 1935, sendo que até hoje ela não é dada como acabada, haja vista existirem ainda muitos trechos de rípio, que aos poucos - infelizmente para os mais aventureiros - vai sendo totalmente asfaltada. Com o asfalto, o temor de que o "charme" da Ruta 40 se perca aos poucos, assim como suas belas paisagens à dar lugar ao tal sedizente "progresso". 

Ao todo são nada menos do que 11 (ONZE!) províncias (o equivalente a nossos Estados), passando por 18 (dezoito) rios, conectando-se a 27 (vinte e sete!) "pasos andinos" da cordilheira e atravessando nada menos do que 20 (vinte!) parques nacionais. 

É atração que não acaba mais, prá ninguém - nem os mais chatos - colocar defeito!

Pode-se dizer que - à exceção de Ushuaia e Peninsula Valdez - a Ruta 40 percorre as principais atrações turísiticas em termos de paisagens da Argentina, desde a fronteira com a Bolívia, já de cara passando por Salta e seu trajeto mais alto a 5000 metros de altura em Abra del Acay, o que exige do piloto um tanto de preparo físico para enfrentar o mal de altitude e manter-se alerta (leia-se, em cima da moto) apesar da falta inevitável de oxigênio. Por conta desta altitude não é raro alguns levarem garrafas de oxigênio, para uma respiradinha melhor volta e meia. Mal não faz. Portanto, algo a se pensar seriamente, muito embora eu seja radicalmente contra levar até páraquedas na bagagem para qualquer eventualidade.

Cafayate é o seguinte ponto alto, já que em seu entorno está o parque das pedras pomes, algo que talvez só se encontre nesta magnitude e beleza no norte da Argentina mesmo. Belezas estas que muitos desconhecem, achando que por lá o mais bonito que existe é o deserto do Atacama, o que não é uma verdade absoluta, como pode se ver, da mesma forma que não se pode dizer que Ushuaia é a região mais bonita que há na Argentina. Em se tratando de belezas naturais, tudo é muito subjetivo, e quanto mais lugares você visita, mais pode emitir uma opinião pessoal, sem se prender ao que revistas e sites de turismo, ou até eu mesmo por este blog lhes digo. 

No parque, inúmeras formações rochosas de pedra pomes, oriundas de erupções vulcânicas de um passado não muito distante, colaborando para um visual digno de filme de ficção. E dos melhores! Ali é possível mais uma vez alcançar o que motociclistas, escritores, músicos e apaixonados pela vida em geral, enfim, estes loucos de plantão tanto buscam incansavelmente: a paz necessária para se perder dentro de si mesmo. 

Nem que seja por uns minutos apenas, já que a longa estrada deixa a alma do motociclista aventureiro sempre irriquieta, lhe puxando da pele como que em um beliscão de morsa, arrancando-lhe sempre do torpor tão característico de outros seres que ele conhece muito de longe ou por ouvir falar, os quais se aboletam no sofá para assistir algum programa ridículo e emburrecedor de auditório ou de "brothers" que nunca o foram nem serão. Porque, aliás, os únicos "brothers" que um motociclista conhece, afinal, são seus companheiros de estrada, estes loucos ainda sãos neste mundo cada vez mais doente.

Mais adiante, pulando várias províncias - até mesmo porque falar da Ruta 40 e suas atrações daria um livro de algumas centenas de páginas - dizer que Mendoza é imperdível seria o mesmo que chover no molhado. Mendonza é imperdível! Pronto! Falei!

Só o passeio pelas vinícolas e fábricas de azeite de oliva extravirgem - com direito a uma rápida aulinha básica de enologia onde você aprende a diferenciar um bom vinho dos demais - bem como a própria visão dos andes ao longe no horizonte, já vale alguns dias por lá. E não se resume a isso! Mendonza tem muita coisa para se fazer, entre elas, belíssimos parques para se passear ou tomar um mate. A cidade, igualmente, é em geral bastante limpa e acolhedora. Vale tomar alguns chopes e comer bons lomos pela "calle" San Martin (aliás, onde originalmente era o marco zero da Ruta 40 sul - a confluência entre as "calles" San Martin e Garibaldi), movimentadíssima em qualquer dia da semana, com suas mesas em frente aos cafés, num estilo bem europeu.

Malargue, cidade bastante turística principalmente no inverno, que fica próxima da conhecidíssima estação de esqui e cidade de Las Leñas, é outra boa pedida no trajeto da Ruta 40.  Aliás, para os que tem mais tempo, vale um pulinho até a estação de esqui de Las Leñas. Mesmo fora de temporada, é possível subir a encosta da estação e desfrutar da bela paisagem lá de cima. Até no verão, não é raro de haver neve depois do "segundo lance" da subida, que é feita pelo teleférico nas típicas cadeirinhas.

Não tem como não se encantar com a cidade! Por essa região, tudo faz você acreditar que está na europa, pois em geral as ruas - e fachadas - são bem cuidadas. Procure pelo "El Bodegon de Maria" para almoços ou mesmo para o final de noite. Serve pratos convidativos no sabor e no preço!

Atenção na estrada para Las Leñas! Muitas curvas e rípio espalhado pelo asfalto, que não é dos mais bem conservados! Também não é raro rebanhos imensos de cabras e ovelhas no meio da pista ou até mesmo manadas de cavalos que você quase jura serem selvagens, não fosse o peão tocando-os sem muito compromisso, sabendo que quem deve ficar atento e desviar é você.

De Marague para baixo, longas retas ainda podem tirar o seu foco. Não "relaxe" demais. A pista é simples e tem rípio no acostamento. Fortes ventos, com rajadas de mais de 100km/h - também podem começar a se fazerem presentes.


Não muito distante, a região de Bariloche, onde a Patagônia realmente começa. A mudança de paisagem aliás, é gritante! De regiões quase desérticas você passa de um quilômetro para outro a uma paisagem deslumbrante e selvagem, com altos pinheiros, carvalhos e outras árvores centenárias nas encostas. Neve é o que não falta, muitas vezes em qualquer época do ano, sobretudo nas regiões mais altas ou lado dos morros mais protegidos do sol. Bom lembrar de se cuidar o acúmulo de gelo (black ice) na pista, sobretudo quando a temperatura cai e o sol não está tão à pino.


Bariloche fica na chamada "região dos lagos". Talvez por isso seja a paisagem tão deslumbrante, haja vista que o índice pluviométrico contribui com deixar a umidade alta e as plantas satisfeitas.


Mais abaixo, Esquel segue a linha da região. Se não degustou, procure uma boa "bodega" para comer um legítimo cordero fueguino. Para quem gosta de carnes, talvez um dos melhores pratos. Não se impressione se a temperatura cair bastante, principalmente à noite, em Esquel. Até mesmo fora de época alguma neve pode se fazer presente, pois é um vale cercado de montanhas. A floresta vai ficando cada vez mais fechada, cada vez mais curvas na estrada, embora ainda se passe por algumas regiões desérticas. Não fique sem combustível e nem ande no limite. Mão leve no acelerador, pois os postos vão se distanciando e alguns bons trechos de rípio já são notados. É bom começar a pensar em um galãozinho de combustível de reserva para qualquer eventualidade.


Perito Moreno deve ser sua próxima parada. Não tem muitos atrativos, mas é quase obrigatório ficar por lá uma noite e buscar alguma pizzaria ou mesmo comer um simples "estofado de polo" no hotel para repor as energias. O dia seguinte é meio "pauleira", pois a partir daí o rípio continua de verdade. As condições do mesmo, só indo e na hora para saber. Se a patrola recém passou, pode estar muito ruim, por conta dos "montinhos" que ela deixa na beira da pista. A dica é andar sempre "no trilho" dos demais carros, e nunca abusar da velocidade, por mais que você ache que ele está bom e bem compactado. Aqui pode estar, lá adiante já não. E trocar de uma faixa para outra, ou sair de um "trilho" pode significar uma coisa só: tombo. Os carros que vem na direção contrária parecem não estar muito preocupados se estão na sua pista. Portanto toda atenção - e velocidade comedida - é recomendável.

"Cueva de Las Manos" é a atração da região, um sítio arqueológico com pinturas rupestres estimadas a terem algumas mais de 9000 anos, declarado patrimônio histórico pela Unesco. Um "desvio" de cerca de 50 km (25 de ida, idem de retorno), que a estas alturas, talvez não chame tanto a atenção, tudo a depender do tempo que você tem disponível. Isto porque para esta visitação, conte com umas 3 horas a mais na ruta. Afinal, 25 quilômetros no rípio não se faz assim, tão fácil quanto parece.

Vale a pena ir? Bom... Aí é de cada um! Eu particularmente sou do entendimento que se você já está na chuva...

Saindo dali, considere dormir na cidade de Bajo Caracoles ou Gobernador Gregores. Nem pense em andar muito mais do que isso, porque o trajeto de rípio e a atenção necessária não recomenda. Além do que é região para se fazer com calma. Você está entrando na chamada "região dos três lagos", onde tem destaque o lago cardiel. Vale perder uma tarde por suas praias.

E falando em lagos, o Viedma também é um bom lugar à visitação, de onde você pode avistar o monte Fritz Roy. Já está aí chegando a um dos pontos altos do trajeto da Ruta 40, ao mesmo tempo que se aproxima do fim - ou do começo - da mesma.

Sim... Estamos falando dos glaciares do Parque Nacional Los Glaciares, no Lago Argentino. El Calafate é a cidade base para visitação ao glaciar Perito Moreno e outros. Pode programar, inclusive, um Tour - mini cruzeiro - de um dia inteiro pelo lago argentino. Não muito barato, mas nada de assustar também. Reserve a grana, pois é passeio único, que talvez você não tenha outra oportunidade de fazer. 

El Calafate é por si só uma atração à parte, tendo quem pegue um vôo de qualquer lugar do mundo só para ir até lá e apreciar a beleza do glaciar de Perito Moreno, que é apenas um dos vários do parque. 


Aqui até o final da Ruta 40 - ou início, em Cabo Virgenes - são pouco mais de 400km.  E Ushuaia já é logo ali também.

É claro que isso tudo é só um breve resumo do que há na Ruta 40. Há muito mais para se ver por lá! Vale muito programar a sua viagem para a região! Com uma boa logística, é claro.

E você? Já se agendou? Nós da A&K estaremos desbravando a Ruta 40 em novembro!

Que tal? Vamos junto?

Até breve!

Crédito das fotos: 
Carlos Alberto Kampffe - fotos 1 e 3
A&K Motorcycle Rentals - fotos 4 a 7
Jesus Massao Hatae - foto 9
Google Images - foto 2 e 8




A A&K Motorcycle Rentals está em novembro promovendo um Tour exploratório pela Ruta 40.

Restam pouquíssimas vagas. Mais detalhes nos posts anteriores e contate-nos pelo e-mail   aek@aekmotos.com

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

BMW R Nine T - uma moto com personalidade


 Desde seu lançamento, a BMW R Nine T, tem causado alvoroço, por ser algo totalmente fora dos padrões da BMW, enquanto num estilo completamente "retrô" ou remetendo as motos "café racer". 





Com efeito, o próprio vídeo institucional de lançamento da moto já remete a uma idéia mais "bicho grilo", algo mais livre de preocupações com aparências, regras sociais ou estigmas, deixando claro que você pode fazer como você quiser: dormir ao relento, acender uma fogueira, usar um capacete aberto, e o melhor, modificar completamente a sua moto, dando-lhe personalidade, deixando-a com a sua cara, o seu jeito de ser. 

Aos fatos: a grande verdade é que a R Nine T utiliza o bom e velho motor boxer refrigerado à ar e, no geral, sistemas mais "simples" (e uns diriam mais confiáveis) do que ocorre nas restante da linha  R. Por contar com suspensões invertidas na frente (e não o telelever), passa um pouco mais de "dureza" em sua condução pois não, não é uma big trail e vai longe disso!

Claro, o que não quer dizer que, como na personalização abaixo, você não possa calçá-la com pneus próprios para um off road. Porque não? É uma moto completamente personalizável, aceita (quase) tudo.

E acredito que justamente aí está o ponto mais legal dela! Você pode tanto deixá-la original para ir ao trabalho e chamar atenção por onde passa, ou personalizá-la desde rodas a pneus, banco, suporte de placa, piscas, pintura, paralamas, bolha, guidom, espelhos, etc. e chamar MUITA a atenção por onde passa, se for esse a sua intenção. Fazer isso numa R1200GS daria? Sim... Mas provavelmente ficaria horroroso e de gosto duvidoso, enquanto na R Nine T, você terá uma verdadeira obra de arte.

Mas e quanto a pilotagem da moto? É boa? Quais suas características? Vale a pena comprar uma moto dessas afinal? 

Esse tipo de pergunta talvez outra pessoa pudesse melhor responder, porque eu simplesmente gosto de pilotar a maioria das motos, fora algumas customs pesadas demais para nossas estradas. Fico imaginando cruzar os andes, com os morros ao lado da "ruta", só com uma mochila às costas, sem muita tralha para carregar. Isto porque colocar carga para esta moto carregar, pode beirar o crime, já que qualquer coisas vai fazer com que a beleza da moto seja escondida. É uma moto, sem dúvida, para ser customizada, apreciada.

Por essa razão, aos que procuram uma moto para viagem, salvo se farão curtos trajetos e/ou não tem compromissos maiores com excesso de bagagem e sabem viajar leve, não é a moto mais indicada. Em verdade, a melhor indicação dela é ser uma segunda moto, ou moto para o dia-a-dia. O mundo ideal do meu ponto de vista? Você ter uma R1200GS ou mesmo F800GS para longas viagens e esta R Nine T para ir ao trabalho, visitar a namorada ou passear com a esposa no final de semana e outras bandas do tipo.

Para o dia-a-dia, não há arrependimento. Remetendo às raízes da BMW, mais precisamente à BMW R 32 de 1923, a R Nine T tem um motor de 110 cv's e torque máximo de 12,17 mkgf, mais do que suficiente para fazer bonito na cidade ou estrada. Retomadas rápidas e arrancadas potentes, não são problema para ela. Mas cuidado com a manete, pois se bobear vai estar a mais de 200km/h em poucos segundos!

No mais, são 18 litros no tanque e 222kg de peso, mas que, montados num centro de gravidade baixo e banco igualmente próximo ao solo (785mm), fazem com que manobrá-la até mesmo no trânsito pesado seja tarefa fácil, o que pode levar a sua namorada ou esposa - que não dá pé na sua R1200GS Adventure - a roubar esta moto para um passeio pela redondeza.

O preço? R$ 61.500,00. Caro? Talvez sim, talvez não. Tudo depende do quanto você valoriza a exclusividade.


Fale mal ou fale bem da BMW R Nine T. Mas nunca diga que ela não tem personalidade. Porque isso, ela tem de sobra. Pois, afinal, poderá ter a sua personalidade.

E você? Já experimentou a R Nine T?

Até breve!!!


Crédito das fotos: 
Google images


A&K Motorcycle Rentals

Consulte-nos para locações de motos BMW GS's ou para participar de Tours guiados. Em breve, estaremos rodando pela Ruta 40! Vamos junto? 

Maiores informações no e-mail aek@aekmotos.com 

 

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Mítica Ruta 40 - Tour Exploratório

Estamos lançando o Tour Exploratório Mítica Ruta 40!


Será um Tour ímpar, sendo que neste formato e valores ocorrerá uma única vez, já que se trata de planilhamento para entrar no portfólio da A&K Motorcycle Rentals. 

Partiremos de Mendoza chegando após 9 dias de viagem em El Calafate, onde visitaremos o glaciar Perito Moreno e teremos o jantar de encerramento, num total de 10 dias de viagem e aproximadamente 2700 km.

O grupo será de no máximo 9 motos, e haverá caminhonete de apoio para levar bagagem e combustível extra.

Grande parte do trajeto será por rípio, pelo que se recomenda do piloto noções de condução off road. Não é necessário ser "expert", bastam noções, pois em geral o trânsito por rípio não exige expertise maior quando com motos próprias. 

Teremos à disposição 7 F800GS, que partirão totalmente equipadas com todos protetores necessários (motor, farol, carenagens, etc) e pneus próprios para os trechos de rípio que enfrentaremos.

Está aberto, ainda, aqueles que querem ir com suas motos, mas estas devem ser obrigatoriamente BMW's GS (G650GS, G650GS Sertão, F800GS, F800GS Adventure, R1200GS e R1200GS Adventure).

Para aqueles que vem de outras regiões e querem utilizar suas motos mas partir dia 10/11 com o comboio de Mendoza, haverá a possibilidade de transporte das motos até Mendoza e de El Calafate à cidade de origem do piloto, limitado a SP (qualquer lugar de São Paulo, capital, para baixo).

Iniciaremos o Tour em 13 de novembro em Mendoza - uma quinta-feira (13/11/2014), na parte da manhã, finalizando dia 22 de novembro - um sábado (22/11/2014) em El Calafate. Recomenda-se programar a chegada em Mendoza mais tardar na parte manhã do dia 12 de novembro, e a partida de El Calafate no dia 23 a partir da tarde.

Importante! Passagens aéreas devem ser providenciadas pelo piloto. 

Recomenda-se noções de off road. 

Como se trata de Tour Exploratório e a época ainda não é de alta temporada, os valores são promocionais (basicamente o custo) e assim mais em conta do que em qualquer Tour normal. 

Maiores informações pelo e-mail aek@aekmotos.com

Acelere! Vagas limitadas! Aguardamos vocês! 

Até breve!!!