terça-feira, 1 de abril de 2014

Como transportar uma moto - dicas - 2a. parte - final

No post anterior tratamos das diversas formas que se pode transportar uma moto, desde as mais seguras até as que trazem maiores riscos de danos a motocicleta, bem como falamos um pouco sobre engates de reboques, o que você deve cuidar ao comprar um engate e cuidados com o veículo que irá rebocar uma moto. VEJA O POST COMPLETO AQUI!

Neste post vamos tratar um pouco mais de reboques e a amarração das motos nestes, caminhonetes e caminhões plataforma, esclarecendo ainda uma grande dúvida que aflige muitos proprietários de caminhonete: afinal, ao colocar a moto na caçamba, é legal ou não perante o Código de Trânsito conduzir uma caminhonete com a tampa traseira aberta? É preciso fazer alguma modificação na mesma para tanto? Há que se fazer alguma regularização no DETRAN neste ponto?

Primeiramente, ao optar por um reboque para motos, como já falamos, procure aquele específico para a quantidade de motos que você pretende transportar, sem fazer modificações. Em segundo lugar, procure adquirir um reboque de qualidade, de fornecedor com certa tradição no mercado, preferencialmente que também fabrique reboques para ANIMAIS. Sim! Isso mesmo! 

Os fabricantes de reboques para cavalos, por exemplo, são a melhor opção em termos de fabricantes de reboques, porque os riscos envolvidos são enormes. Não raro um cavalo de raça chega a custar algumas vezes mais do que uma moto top de linha, pelo que, sabedores disto, os fabricantes de reboque para tais animais sabem que precisam construí-los de forma bastante reforçada, com suspensões boas o suficiente para suportar o peso, não estressar o animal e de modo a além de tudo aguentar a corrosão por conta da urina e fezes ácida destes.  Certo é que em termos de reboques vale o mesmo do que para engates. Quanto mais complexos e reforçados, mais caros serão, existindo, logicamente, variações exdrúxulas. Como não há tabela de preços a exemplo de carros ou motos, cada fabricante cobra o que bem entende independente de seu reboque valer aquilo que pede ou não. Ao optar por um reboque então, pesquise bem antes!   

Quando você procurar por reboques, vai se deparar com ofertas e modelos de todos os tipos, desde aqueles que abaixam, até os que são apenas um trilho e duas rodinhaspouco maiores do que de carrinho de mão, com todas as variações possíveis entre os mesmos. Existem até - e aqui talvez uma das piores opções - um tipo de engate onde você fixa a roda dianteira da moto junto ao carro e literalmente passa a arrastar a moto atrás. Com o perdão do fabricante, considero o tipo de coisa que pode ser utilizado apenas por que não gosta de sua moto... Infelizmente, a um não temos estradas propícias para tanto. 

Com a buraqueira que reina nas vias, imagine a roda traseira absorvendo todos os impactos... Em um trajeto pouco mais longo, a possibilidade de você chegar ao destino num "reboque" destes com a roda da sua moto torta, suspensão e balança comprometida, é enorme! A dois, devemos lembrar que é terminantemente proibido pela legislação de trânsito tapar de que forma for a placa do veículo - salvo se o próprio reboque tiver placa própria - que é justamente o que uma moto rebocada desta maneira faz. Por mais que o fabricante do equipamento diga que é permitido, existem poucas chances do guarda que irá lhe multar compreender as alegações do mesmo.

Aproveitando que ingressamos no tema, vejamos o que o a legislação de trânsito brasileira fala sobre transportar motos na caçamba e/ou dirigir com esta aberta....

O que regulamenta o transporte de tais cargas, é a resolução 349 do CONTRAN, em seus artigos 3 e 4, que mencionam expressamente:

"Art. 3º - A carga ou a bicicleta deverá estar acondicionada e afixada de modo que:
I- ...
...

VIII- não se sobressaiam ou se projetem além do veículo pela frente."

Veja que a resolução fala que a carga não pode se projetar para além do veículo pela FRENTE, mas nada fala pela trazeira. Assim, se isolarmos este artigo, então se concluiria de plano que se poderia transportar uma moto com a tampa traseira aberta. Mas será que é só isto? Não... Falta mais um detalhe:


"Art. 4º Será obrigatório o uso de segunda placa traseira de identificação nos veículos na
hipótese do transporte eventual de carga ou de bicicleta resultar no encobrimento, total ou parcial, da
placa traseira.
§1° A segunda placa de identificação será aposta em local visível, ao lado direito da traseira
do veículo, podendo ser instalada no pára-choque ou na carroceria, admitida a utilização de suportes
adaptadores.
§2° A segunda placa de identificação será lacrada na parte estrutural do veículo em que estiver
instalada (pára-choque ou carroceria)."

Disso se vê a possibilidade de se carregar a moto com a tampa aberta, cuidando-se para que ou a placa não esteja coberta (leia-se, na maioria das vezes retirando a tampa traseira), ou melhor, instalando-se uma segunda placa. Tal procedimento é normal perante o DETRAN, bastanto que você ao ir emplacar seu veícolo requeira a expedição da "terceira placa". Explique para o atendente que ele saberá lhe orientar como melhor proceder, onde poderás comprar o suporte (já deixo a dica: lojas de autopeças!), como fazer a instalação elétrica (o melhor é procurar uma boa auto-elétrica, embora a instalação seja bem simples...), etc.

Finalmente, algumas considerações sobre a amarração da moto no reboque, caçamba ou plataforma. 

Esqueça cordas, ao menos em se tratando da amarração "inicial". O ideal são cintas com catracas, que suportem uma boa tração. Desconsidere qualquer catraca com capacidade menor do que 500kg de carga, ou 800kg de ruptura. Neste item, você não deve economizar... Lembre-se, que deste simples acessório também depende a integridade de sua moto.

Se for transportar moto(s) sobre reboque, o ideal é utilizar SEIS catracas POR moto! Isso mesmo! Duas para a parte da frente da moto, duas para a parte de trás e finalmente uma para cada roda, a fim de fixar a mesma na rampa, impedindo desta forma que a moto fique pulando sobre o reboque e possa ser lançada para fora do trilho, desequilibrando o conjunto e podendo levar o reboque a emborcar.

Para verificar os pontos de fixação das cintas nas motos, o ideal é você consultar o manual da moto. Talvez você nunca tenha visto, mas ele tem uma sessão específica sobre transporte da moto! Lá ensina direitinho como amarrar a moto, dá a dica de utilizar panos onde a fita irá pegar, etc. De forma geral, pode-se dizer que a grande maioria dos manuais recomendam você a fixar as cintas no frame traseiro e ou suporte da pedaleira, e, na frente, passando por entre a canela, entre a base superior e inferior da mesa de direção. É totalmente ERRADA a prática usual de se fixar as cintas frontais no guidon, pois isto além de forçar indevidamente o guidon - podendo quebrá-lo, entortá-lo ou fissurá-lo - ainda pode machucar a carenagem ou tanque da moto, coisa que não acontece quando você fixa as mesmas em lugar correto.



Enfim... Quando se trata de transportar uma moto, em princípio a grande maioria de proprietários ACHA que sabem fazê-lo e como amarrá-la, e transportadores sedizentes profissionais tem CERTEZA que sabem fazê-lo, mas o que se vê é a grande maioria utilizando cordas velhas, embalando a moto em panos e fixando no caminhão ou à plataforma, amarrando a pobre pelo guidon, pelo suporte de malas, e outros pontos que causam arrepios. Já vi até uma BMW R1200GS amarrada pelo cardã (e depois reclamam que quebrou misteriosamente o cardã, no meio do nada!) e Harley Davison amarrada pelo protetor de motor (vulgo "mata-cachorro") e suporte do sissy bar!!! E isso que não era nenhum "amador" a transportar as moto! Pode uma coisa dessas?

Quer economizar alguns trocados e colocar a moto sobre uma "cegonheira"? Ok... Mas depois não chore o prejuízo! Ainda mais agora que você já sabe como deve ser transportada sua moto: com todo respeito que ela merece.

Afinal, é a sua companheira de viagens! 

Até breve!


Crédito das fotos:
Google images e foto particular





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