Como nossos leitores já sabem, gostamos muito de apresentar nossas impressões reais sobre as motos que no blog comentamos. Uma das motos que sempre tivemos curiosidade em testar era a S1000RR, sempre dentro daquela máxima de fazermos um teste "real", ou seja, feito por quem gosta de moto mas não é nenhum "piloto pro" das mesmas.
Portanto, aqui em nosso "teste real", vamos falar da condução do dia-a-dia, de pequenas (ou grandes) viagens, no comportamento da moto em estrada e em trajeto urbano, seus pontos positivos e, porque não?, negativos. São basicamente nossas impressões da moto, não sendo verdade absoluta. Apenas nosso sentir.
Primeiras impressões:
Pegamos esta moto em um negócio. Não. Desde o começo sabíamos que não seria moto para manter e rodar diariamente, tampouco para empreender longas viagens. Era mais para "matar a vontade" mesmo de ouvir o quatro em linha rugindo, pois uma vez que se anda em uma esportiva, não se larga mais o vício de volta e meia querer ouvir esse tipo de motor roncando.
De cara o visual da moto já impressionou positivamente por duas razões. Uma que extremamente bem conservada, pois estamos falando de uma moto de 2010, e outra pelo reduzido tamanho dela. Neste ponto, fiquei imaginando o Sr. que negociou a mesma comigo, com seus mais de 180 frouxo de altura e 60 anos de idade. Como andar encolhido naquela motoca?
Subi nela e... Cadê as manetes? Foi a primeira coisa que estranhei!
Acostumado com a posição sentado das Big Trails, me vi obrigado a deitar sobre o tanque para encontrar os comandos, o que de princípio já me desgostou um tanto, mais pela questão da falta de hábito do que outra coisa. Era como se eu estivesse a andar pela primeira vez de moto, com o inevitável medo de derrubar a menina que, apesar de baixa, não se mostra nem um tanto leve enquanto seu motor não está a funcionar. Mas essa má impressão só vai até os primeiros metros vencidos. Em verdade, é uma moto que se deve "vestir" para passar a ficar confortável sobre ela, e aí envolve mais um monte de coisas, desde como se posicionar até como pilotá-la, pois é o que vai definir se você vai se adaptar a moto ou não.
Rodando devagar pelas ruas de Joinville (onde fui buscar a mesma), já de pronto percebi que não é moto para se rodar devagar. Em primeira ela parece já ficar nervosa, ronronando como uma fera que aguarda para dar o bote. Quer correr, isso é inegável. E devagar, a posição de pilotagem se mostra MUITO incômoda. A única maneira da coisa melhorar é você encaixando bem as pernas e fazendo um bom exercício de lombar e abdominal, para não deixar seu peso sobre os punhos, o que certamente lhe levaria a uma boa tendinite. Em verdade você não vê a hora de pegar a estrada!
Dá para viajar com essa moto?
Claro. Dá para viajar com qualquer moto! Desde CG até (deusnoslivre pro hora, com a buraqueira de nossas estradas!) Gold Wing. Mas o fato é que talvez as superesportivas de verdade não sejam a melhor opção para tanto, a não ser que você possa realmente andar rápido e ter postos de abastecimento à disposição a cada 100km.
E eu tinha mais de 600km pela frente para vencer...
E eu tinha mais de 600km pela frente para vencer...
Não demorou para eu perceber que ela só começa realmente a ficar confortável lá pelos 7.000 giros... Porém isso, em sexta marcha, é igual a 160 km/h... Muito? Pode parecer, mas acredite quando lhe afirmo categoricamente que numa BMW S1000RR isso não é nada mais do que um passeio no parque. Daí que você já vê não ser essa moto para qualquer um e nem para qualquer estrada.
É entre 150 e 160km/h que o vento começa efetivamente a fazer o efeito de equilibrar o seu corpo, dando a pressão necessária para que você não fique sofrendo com o peso sobre os punhos. Vai nessa tocada tranquilamente até o tanque entrar na reserva, o que não demora mais do que uma hora e uns minutos. Autonomia, neste quesito, se vê que não é o forte desta BMW. Com 17,5 litros, um tanque mal chega para você rodar 200 quilômetros, sendo que ela já vai estar pedindo reserva bem antes, o que de certa forma é um ponto positivo, obrigando você a uma breve parada para uma água e retomar a atenção para os próximos quilômetros.
Até 120km/h ela gasta pouco, sendo capaz de bater na casa dos 20km/litro. Mas fica óbvio nos primeiros minutos que é impossível andar a esta velocidade. A moto simplesmente não permite isso! Ou, trocando em miúdos, procure uma estrada que lhe permita uma tocada mais rápida, ou pense seriamente em ter outra moto na garagem, deixando esta apenas para eventuais passeios.
Comportamento dinâmico:
A melhor definição para a BMW S1000RR é: estúpida! Dentre outros xingamentos quase sexuais... A moto anda e não é pouco. É muito. É demais. Uma leve torcida no acelerador e você nem vê os 100km/h chegarem. Aliás, chegar aos 100km/h é ridículo. Coisa que se faz em 1a. marcha até.Na mesma toada estão os 200km/h. O que em outra moto demora a chegar, nessa é só esticar a 3a. ou 4a. Nem precisa chegar perto da 5a. ou da 6a. para ver a moto ultrapassar essa "antiga" barreira, que passa a ser perigosamente fútil.
Se não conhece a moto, prepare-se para grandes sustos.
Eu mesmo tomei um quando, a quase 200km/h fui ultrapassado por um mais louco do que eu. "Torci o cabo" e a menina simplesmente levantou a roda da frente, saltando para 245km/h, estável como um trem sobre trilhos. Olhei o painel e, surpresa!, eu ainda estava em 4a. marcha, e sobraaaaannnndoooooo motor. Sentei calmamente a roda da frente e fui tirando a mão até voltar aos meus confortáveis 160km/h.
E no geral a moto é assim na estrada. A única exigência que ela faz é que você desvie de buracos e quaisquer outros obstáculos, para no mais, ser plenamente feliz!
Outro ponto de notável aplauso é o "quick shift". Basta você chutar o pedal de câmbio para cima que ela passa à marcha seguinte. Nada de perder tempo para debriar na manete esquerda. Nas atuais, o "quick shift" já virou "shift assistant", funcionando tanto para cima quanto para baixo, tornando quase que desnecessária a manete, a não ser para "emergências" em que se tem de liberar o motor, como ao parar no sinal. Com isso, rodar rápido em uma boa freeway é um agradável passeio!
Mas...
Se em boa estrada ela é ótima, na cidade a história é outra!
A moto se torna no geral um martírio, pois sabidamente não é lugar para se andar rápido como ela exige. Além de não esterçar quase nada, dificultando o zigue-zague necessário por entre os carros, a tranqueira também cobra um alto preço: o motor esquenta! Na mesma proporção talvez que a moto anda: MUITO! Demais... Não se impressione ao ver no painel qualquer coisa em torno de 100, 105ºC. Alguns minutos sobre esse motor diabólico é para se sentir literalmente fritando! E isso que estava com a moto em um dia em que a temperatura do ambiente não ultrapassava os 20ºC. Fiquei imaginando como seria pilotá-la sob um sol escaldante de 35, 40ºC de verão.
Últimas considerações:
BMW S1000RR = ESPETÁCULO! Uma outra boa definição para ela... Tanto estúpida quanto espetacular. Ao contrário de outras motos superesportivas com quase 6 anos de existência, a S1000RR desde sempre é esteticamente perfeita. E isso mostra ser uma verdade pelo simples fato de que não mudou muito em seu look desde que foi posta no mercado. Qualquer coisa que se pense diferente para ela, só tende a ficar pior, pois parece a própria perfeição assim como está, pedindo-se que não mexam muito nas suas características marcantes.
Em verdade, para um observador que não conhece muito desta superesportiva, é difícil diferenciar à primeira vista uma 2010 de uma 2015, a não ser pela cor e detalhes na carenagem característica de cada ano, a exemplo das "barbatanas" que dos três "V's" virado para trás das primeiras em 2012 passaram aos "V's" voltado para frente.
Se você quer uma superesportiva de verdade, pode parar de procurar, pois esta é a sua moto. E não importa nem sequer o ano. São todas irrepreensíveis desde seu lançamento!
Claro, novamente, não é moto para qualquer um. É preciso ser um tanto "piloto" de verdade para extrair um mínimo do que a moto tem de bom. Ou ter sangue frio e se preparar para muitos sustos.
Quanto a minha BMW S1000RR... Estou vendendo.
É definitivamente moto demais para mim!
E você?
Consegue domar essa fera?
Até breve!!!
Crédito das fotos:
1º, 2º e 5º - A&K Motorcycle Rentals
3º e 4º - Google Images
Até 120km/h ela gasta pouco, sendo capaz de bater na casa dos 20km/litro. Mas fica óbvio nos primeiros minutos que é impossível andar a esta velocidade. A moto simplesmente não permite isso! Ou, trocando em miúdos, procure uma estrada que lhe permita uma tocada mais rápida, ou pense seriamente em ter outra moto na garagem, deixando esta apenas para eventuais passeios.
Comportamento dinâmico:
A melhor definição para a BMW S1000RR é: estúpida! Dentre outros xingamentos quase sexuais... A moto anda e não é pouco. É muito. É demais. Uma leve torcida no acelerador e você nem vê os 100km/h chegarem. Aliás, chegar aos 100km/h é ridículo. Coisa que se faz em 1a. marcha até.Na mesma toada estão os 200km/h. O que em outra moto demora a chegar, nessa é só esticar a 3a. ou 4a. Nem precisa chegar perto da 5a. ou da 6a. para ver a moto ultrapassar essa "antiga" barreira, que passa a ser perigosamente fútil.
Se não conhece a moto, prepare-se para grandes sustos.
Eu mesmo tomei um quando, a quase 200km/h fui ultrapassado por um mais louco do que eu. "Torci o cabo" e a menina simplesmente levantou a roda da frente, saltando para 245km/h, estável como um trem sobre trilhos. Olhei o painel e, surpresa!, eu ainda estava em 4a. marcha, e sobraaaaannnndoooooo motor. Sentei calmamente a roda da frente e fui tirando a mão até voltar aos meus confortáveis 160km/h.
E no geral a moto é assim na estrada. A única exigência que ela faz é que você desvie de buracos e quaisquer outros obstáculos, para no mais, ser plenamente feliz!
Outro ponto de notável aplauso é o "quick shift". Basta você chutar o pedal de câmbio para cima que ela passa à marcha seguinte. Nada de perder tempo para debriar na manete esquerda. Nas atuais, o "quick shift" já virou "shift assistant", funcionando tanto para cima quanto para baixo, tornando quase que desnecessária a manete, a não ser para "emergências" em que se tem de liberar o motor, como ao parar no sinal. Com isso, rodar rápido em uma boa freeway é um agradável passeio!
Mas...
Se em boa estrada ela é ótima, na cidade a história é outra!
A moto se torna no geral um martírio, pois sabidamente não é lugar para se andar rápido como ela exige. Além de não esterçar quase nada, dificultando o zigue-zague necessário por entre os carros, a tranqueira também cobra um alto preço: o motor esquenta! Na mesma proporção talvez que a moto anda: MUITO! Demais... Não se impressione ao ver no painel qualquer coisa em torno de 100, 105ºC. Alguns minutos sobre esse motor diabólico é para se sentir literalmente fritando! E isso que estava com a moto em um dia em que a temperatura do ambiente não ultrapassava os 20ºC. Fiquei imaginando como seria pilotá-la sob um sol escaldante de 35, 40ºC de verão.
Últimas considerações:
BMW S1000RR = ESPETÁCULO! Uma outra boa definição para ela... Tanto estúpida quanto espetacular. Ao contrário de outras motos superesportivas com quase 6 anos de existência, a S1000RR desde sempre é esteticamente perfeita. E isso mostra ser uma verdade pelo simples fato de que não mudou muito em seu look desde que foi posta no mercado. Qualquer coisa que se pense diferente para ela, só tende a ficar pior, pois parece a própria perfeição assim como está, pedindo-se que não mexam muito nas suas características marcantes.
Em verdade, para um observador que não conhece muito desta superesportiva, é difícil diferenciar à primeira vista uma 2010 de uma 2015, a não ser pela cor e detalhes na carenagem característica de cada ano, a exemplo das "barbatanas" que dos três "V's" virado para trás das primeiras em 2012 passaram aos "V's" voltado para frente.
Se você quer uma superesportiva de verdade, pode parar de procurar, pois esta é a sua moto. E não importa nem sequer o ano. São todas irrepreensíveis desde seu lançamento!
Claro, novamente, não é moto para qualquer um. É preciso ser um tanto "piloto" de verdade para extrair um mínimo do que a moto tem de bom. Ou ter sangue frio e se preparar para muitos sustos.
Quanto a minha BMW S1000RR... Estou vendendo.
É definitivamente moto demais para mim!
E você?
Consegue domar essa fera?
Até breve!!!
Crédito das fotos:
1º, 2º e 5º - A&K Motorcycle Rentals
3º e 4º - Google Images
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Para maiores informações consulte-nos pelo e-mail aek@aekmotos.com
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