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Tem dias que, não sei porquê, sinto um cheiro de viagem de moto...
Não sei se por conta de uma imagem ou foto que vi, de uma big trail que passa carregada ao lado ou simplesmente por conta de uma curva perfeita onde o trânsito parece ter esquecido de acontecer por alguns segundos e me deixou lá, sozinho, a traçar o asfalto.
Tem dias que, não sei porquê, sinto uma saudade daquelas paisagens...
Tem dias que, não sei porquê, sinto um cheiro de viagem de moto...
Não sei se por conta de uma imagem ou foto que vi, de uma big trail que passa carregada ao lado ou simplesmente por conta de uma curva perfeita onde o trânsito parece ter esquecido de acontecer por alguns segundos e me deixou lá, sozinho, a traçar o asfalto.
Tem dias que, não sei porquê, sinto uma saudade daquelas paisagens...
Paisagens estas que vi e muito mais das que não vi, talvez por conta de
outra foto, um anúncio na internet, a notícia de um amigo iniciando mais
uma longa jornada, uma moto reluzente que ainda não terei parada na
vitrine da loja do caminho.
Tem dias que, não sei porquê, sinto uma vontade de ir mais longe...
Rodar para o sul ou a leste de preferência, experimentar mais um vez as longas retas argentinas, com aquele cheiro rescendendo a eucalipto no amanhecer orvalhado e do degelo lá dos meses de setembro, sentir o frio doendo nas mãos que me faz segurar a xícara de café fervendo em uma “estación de servicio” e ainda assim não aquecê-las.
Tem dias que, não sei porquê, sinto uma vontade de ir mais longe...
Rodar para o sul ou a leste de preferência, experimentar mais um vez as longas retas argentinas, com aquele cheiro rescendendo a eucalipto no amanhecer orvalhado e do degelo lá dos meses de setembro, sentir o frio doendo nas mãos que me faz segurar a xícara de café fervendo em uma “estación de servicio” e ainda assim não aquecê-las.
Tem dias que, não sei porquê, sinto um desejo incontrolável de pilotar...
Sentir a cintura abraçada por minha esposa, minha amada, a apoiar o
capacete em minhas costas para se esconder da velocidade maior na
ultrapassagem, um aperto na coxa ou uma massagem nos ombros, sem nada
precisarmos dizer para nos entendermos, dançando juntos aquele nosso
balé – que é só nosso – a cada cotovelo da rodovia.
Tem dias que, não sei porquê, sinto que simplesmente preciso me encontrar...
Tem dias que, não sei porquê, sinto que simplesmente preciso me encontrar...
Comigo mesmo, com as pessoas que mais amo, com aquelas que só gosto ou
que ainda não simpatizo, com quem não conheço, com os amigos de estrada
que ainda não fiz, com algum velho parado na beira da via a me abanar
desejando “suerte” em minha viagem, como que desejando que eu tenha
sorte é na vida e fundamentalmente saiba bem aproveitá-la, antes que
fique tão ou mais velho do que ele, antes que o tempo simplesmente se
vá.
E tem dias, ah... Tem dias...
Que eu só queria poder acabar com a longa espera de mais uma vez simplesmente rodar sem nada mais a me preocupar que não fosse saber onde eu, Kyt e Kyd iremos em breve chegar.
Mas tem noites que, não sei porquê, só o que quero é imaginar...
E contar uma história para meu filho, sobre o ursinho que andava de moto e percorria o mundo inteiro, em busca de amigos, de novas paisagens, novos lugares, sentir o frio e a chuva, o calor do sol, para enfim, entender à si mesmo e a vida. Então só quero vê-lo fechar os olhos com um sorriso no rosto e a certeza que a vida vale muito à pena.
E você? Tem dias e noites assim também?
Até breve!
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