sábado, 23 de fevereiro de 2013

Altos e baixos da vida e... motos, claro!

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Por esses dias que passaram tive um grande revés em minha vida... Nada de muito "grave", mas grande o suficiente para mudar meus planos para o presente e futuro. Antes que perguntem a resposta é NÃO! Não desisti de meus sonhos, de forma alguma!!!
 
Então, justo enquanto "a coisa ficava preta", caiu aquela chuva torrencial na quarta-feira passada, que alagou meia cidade.
 
Pois bem!
 
Eu, como sempre, de moto. Óbvio! Não sou o motoboy da foto ao lado, mas a mesma serve para ilustrar bem a situação em que me encontrava. Voltando ao que interessa, tenho a dizer que por um "erro crasso de planejamento", acabei tendo de passar mais uma vez por uma rua que quando alaga não fica com menos de meio metro de água. E digo mais uma vez porque eu sabia que por ali poderia estar alagado. Há cerca de ano atrás, por essa mesma época de chuvas repentinas e volumosas, passei por dentro do "rio" que ali sempre se forma. Mas, um que não percebi que havia chovido tanto assim e dois que, tendo passado uma vez... 
 
Só para variar um pouco, eu estava atrasado, pelo que dar meia volta e escolher caminho alternativo não era solução. Então lá fui eu de novo, utilizando minha "técnica" altamente apurada.
 
Bom... Apurada... Digo... Ok! A verdade: fui mais uma vez por cima da calçada, se querem saber, onde a água atingia "só" uns 40 centímetros de altura. Acontece que eu não me dei conta que desta vez alagou MUITO mais, e em vez de uma quadra, como aconteceu da outra vez, infindáveis duas quadras ficaram abarrotadas de água. O que isso significa? Significa que tive de descer da calçada e cruzar uma rua, sendo que, como meus leitores podem imaginar, não via NADA do que estava embaixo dágua. Se houvesse alguma tampa de bueiro se deslocado, aberto, já viram! Na hora nem me dei conta disso. Só fui perceber depois que o risco era maior do que eu imaginava! 
 
Quando a moto "afundou" os 20 centímetros a mais, ao cruzar a rua, a água já havia tapado o motor e estava chegando ao banco. A minha XLX, velha de guerra, tem justamente logo abaixo do banco o escapamento. E qualquer bom motociclista sabe que, ao cruzar uma barreira d´água, se não baixar a marcha e acelerar bastante, há um grande risco de entrar água pela saída do escape e ir ao motor, quando então ocorre o chamado "calço hidráulico" e na melhor das hipóteses o motor vai inteiro pro saco... Pode mandar trocar. No caso da minha XLX, poderia colocar a moto fora, já que um motor prá ela jamais iria achar em condições. Se encontrasse, seria mais barato comprar outra moto! 
 
Assim fiz. Baixei a marcha ainda mais e mandei ver enrolando o cabo. Ótimo! Acontece que se você acelera e não regula a aceleração no manete da embreagem, já viu onde vai parar! Prá complicar a situação, estava quase chegando ao final do alagamento e se "atravessa" um caminhão na minha frente, mandando aquela "marola" dos infernos, fazendo a água subir ainda mais.
 
Vi a água passar por cima do banco. E dá-lhe acelerador, debriar e o escambau, para me manter em pé (ou seria boiando?) e ainda não bater no maldito caminhão.
 
Os discos de embreagem que já estavam pedindo troca nos quase 70.000km da minha velhinha, imaginem se sobrou algo. Nada. Eu atravessei ileso. A guerreira lisa. Podia acelerar, chutar a marcha, regular o cabo da embreagem que nada. Ela simplesmente não andaria mais antes do reparo. A deixei dormindo no estacionamento de um posto de combustível, bem guardada (depois de pagar extorsivos 30 reais de pernoite) prá no dia seguinte o socorro ir levá-la ao "médico". Peguei o trem e fui prá casa, pensar sobre tudo.
 
Percebi que na vida temos de atravessar "alagamentos". Que sempre pode haver uma tampa de bueiro aberta ou até mesmo um "filho da mãe" para se meter no seu caminho. Aprendi que esse "sujeito" pode ser "maior" que você, quando não lhe resta muita alternativa a não ser "fazer malabarismo para manter-se em pé".
 
Por outro lado, aprendi que nem sempre se pode dar meia volta. Contudo, sempre se pode tentar. Podemos até "dar um passo atrás". Às vezes aquilo que você pensa que vai lhe "atrasar a vida", é justamente o que lhe faz avançar mais rápido e antes chegar a seu destino. É preciso ter humildade e aceitar os erros, aprendendo com eles. Simplesmente para não errar novamente. Pois, no fim das contas, você nunca sabe quando terá de atravessar outro "alagamento" quem sabe ainda maior, mais fundo. No meio do "aguaceiro", quando a decisão já foi tomada, o melhor é seguir em frente e chegar ao outro lado o mais inteiro possível. Nem que, para isso, você tenha de sacrificar alguma coisa. Sendo o caso, escolha o de menor "valor", preservando sempre e com todas as suas forças o que realmente importa! Aconteça o que acontecer, sempre tenha em mente o que vale mais... A "moto toda" ou só uns poucos "discos de embreagem?
 
E depois dizem que eu tenho por hábito sempre comparar a vida com as motos... E não é igual?

Até nosso próximo post, pense um pouco: o que realmente tem valor para você?

Até logo!!!


Crédito das imagens:
1 e 2 - google images
3 - foto Adv e Kyt
 
 
 
  

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