terça-feira, 29 de março de 2011

Motociclista ou motoqueiro? O que você é afinal?

Acho que a discussão em questão é querer descobrir o "sexo dos anjos". Pois, afinal, o que somos? Motociclistas ou motoqueiros?

Já me deparei com adesivos e patchs em coletes bradando até que "Motoqueiro é a piiii* que piiiii*..." (olha a censura!), como se o fato de ter tal denominação, em lugar de motociclista, fosse algo ofensivo. Afinal, motoqueiro é o motoboy, é o que anda em CG ou motos de porte menores, ou, ainda como disse outro, "motociclista é o motoqueiro que sobreviveu", como se aquele fosse uma evolução da espécie.


Prá mim isso só tem um nome: DISCRIMINAÇÃO!

E essa palavra não é bonita, de forma alguma, por mais que tentemos "dourar a pílula".

Andar em moto maior, não utilizar a moto com fins lucrativos ou como ferramenta de trabalho, não faz ninguém melhor ou pior. O motoboy - e aí vai outra discriminação - "cachorro louco" não tem essa denominação por conta do animal acometido de raiva, mas por conta de sua loucura, pura e simplesmente. É simplesmente um louco e mais nada. Não importa se é motoboy, advogado, médico, se está em moto grande ou pequena, pois o que se vê de louco sobre R1, GS, CBR e outras, achando que se encontram em autódromo, não está no mapa! E se são loucos, são simplesmente um louco e mais nada. Nenhum mérito tem, tentando se fazer melhor que o pobre trabalhador que entrega na sua casa o remédio urgente para a a febre do filho ou a pizza quentinha, para seu deleite num fim de dia. Pois este, na sua "loucura", ao menos é útil à alguém. E se nem isso é merito - já que a insanidade anula a utilidade - o que sobra para o louco que não serve a ninguém, mas somente à sua própria doença psicopática?

Porque há mais "cachorros loucos" do que "motociclistas loucos"? Porque se vê mais motoboys envolvidos em acidentes do que outros doidos? Estatística!!! Simples assim! Ora, se há mais motoboys circulando sobre as pequenas do que advogados e médicos em suas grandes motos, o que se poderia esperar?

Evoluir é desvincular-se de preconceitos.


Particularmente, acho que todos somos uma mistura de motociclista com motoqueiro. Quiçá nossa melhor denominação fosse MOTOCICLEIRO. Porém, aí estaria inventando mais uma etiqueta, mais um carimbo.

No final das contas somos todos só osso e carne, e, acima de tudo, alma. E bem lá no final das contas mesmo, ao apagar das luzes, restará só a alma. Esta se assim quiser, ou arranjará uma moto em outro plano de existência para pilotar, ou voltará no corpo de outro moto... moto... Moto-o-que-mesmo?

O importante é nossa alma, apaixonada por motos!




Um comentário:

  1. Meu Amigo ADV,
    O meu contato com o motociclismo começou em 1975, quando aos 14 anos comecei a trabalhar numa concessionária Toyota e Yamaha.
    Dentro da tendendências das pessoas se rotularem umas às outras, naquela época o termo MOTOCICLISTA era utilizado para os mais antigos e mais clássicos. Os mais novos auto intitulavam-se MOTOQUEIROS. Era um neologismo supostamente mais adequado à nova geração. Então, o bacana era ser MOTOQUEIRO.
    A época era das empresas usarem office-boys para serviços externos e a atividade de motoboy surgia de forma incipiente. Daí o termo MOTOQUEIRO passar a "etiquetar" os motoboys porquê os primeiros anúncios eram de procura por MOTOQUEIROS.
    A história partir de então é conhecida por todos, as dificuldades do trânsito e a realidade acabaram por inflacionar o mercado com mensageiros motorizados mal preparados para a função. Essa realidade, relacionada ao que você trata no teu texto, criou verdadeiros monstros do asfalto, alguns dos quais já foram visitar antecipadamente São Pedro e outros que ficaram com as sequelas da inconsequência.
    Deixando essa realidade à parte, sabemos que no mundo existe de tudo e isso se aplica à população. Na população de motoboys existem inconsequentes e marginais, assim como também existe muita gente séria e que sustenta as suas famílias com o suor desse trabalho do qual a nossa sociedade depende. Na população dos que usam moto para o lazer também existe gente de toda a espécie: gente séria e gente que não respeita ninguém.
    Logo, eu acredito que temos que parar com esse preconceito e com as rotulagens porquê elas estigmatizam parte da popupalão trabalhadora assim como parte do princiípio de que alguns egocêntricos, inconsequentes e que não respeitam ninguém seriam supostamente bons só porquê não dependem da moto para o seu sustento. A sociedade tem que parar de atirar nas pessoas erradas.
    Abraço,
    Manoel Moura

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