domingo, 25 de março de 2012

As motos, o couro de burro e o de vaca...

Volta e meia quando vejmos um motociclista sem equipamento de proteção, costumamos pensar: "Couro de burro é bem mais caro do que o couro de vaca."
Dia desses, lemos sobre um Deputado, do qual nem nome lembramos, com mais uma proposta de lei que impactaria diretamente a vida dos motoqueiros/motociclistas. A propósito, é incrível a capacidade elocubratórias destes legisladores, e ultimamente tem predileção pelos motoqueiros (ou motociclistas, como preferir o leitor). Essa, porém, não era tão absurda quanto as que já vi (para mim, a pior de todas foi a tentativa de proibir o garupa!), e, em tese, restringia-se a tornar obrigatório o equipamento de segurança por parte do piloto, incluindo aí, além do capacete - item de segurança que não mais se discute a necessidade - também botas, casaco e luvas, além de calça comprida.
Diga-se de passagem, de plano, tudo isso é uma redundância, pois o Código de Trânsito já conta com artigo próprio determinando que se use vestimenta e calçado adequado para dirigir/conduzir veículos (leia-se aí pilotar motos também) e é mais do que óbvio que chinelos de dedo ou as sandálias de toda sorte de modelos que as mulheres usam, não são e nunca serão calçados adequados!
Lá pelas tantas, amigo nos veio com a frase fatídica, que não deixa de ter sentido: "de boas intenções, o inferno está cheio!".
Discutimos longamente sobre a necessidade ou não de equipamentos de proteção, à todo momento. É claro que é quase inviável - e atire a primeira pedra quem nunca o fez! - se pensar em ir até as duas ou três quadras de distância onde fica a padaria, num dia quente de verão, trajado dos pés à cabeça como quem vai pegar a estrada. Nestas ocasiões, as luvas e calças compridas, normalmente são esquecidas, e a jaqueta então...
Há que se ter um meio termo. O equilíbrio é a base de tudo na vida, sem dúvida! Claro que não gostamos nem de ver - e nos embrulha o estômago - motoloucos "ousados" de chinelo de dedo e bermuda sobre uma moto, como quem está de biclicleta. Pior ainda, vê-los conduzindo nas estradas, à altas velocidades, o que não é cena nem um pouco rara.
Mais...
A tal lei, se passasse, não seria mais um "nicho de mercado", onde se precisaria então selos do INMETRO e congêneres para tudo quanto é equipamento? Não teríamos vistorias de luvas, jaquetas, calças e outros equipamentos, que, ao final das contas, não poderiam mais vir na mala do que pode ir ao exterior fazer umas comprinhas ou importar os melhores equipamentos de forma direta, "protegendo" assim a indústria nacional, que tanta coisa de nem sempre tão boa qualidade nos "empurra"? Pois até hoje ninguém conseguiu me convencer que um Taurus, com selinho é melhor do que um Arai ou Shoei SEM selinho do INMETRO.
A lei é dura, mas é a lei. Se passar, passou e terá de ser cumprida, o que pode se tornar um grande problema de protecionismo do mercado nacional, de mácula ao direito do trabalhador menos abastado, que vai se obrigar a comprar casaco de proteção e botas, além de bauleto para carregar e guardar toda tralha ao chegar ao trabalho, etc.
O real problemá, é um só: nossos legisladores, normalmente não entendem é lhufas sobre motos, mas ainda assim querem legislar sobre.
O entendimento final, para mim e para Kyt deveria ser um só: que todos compreessem que o couro de burro é bem, mas bem mais caro do que o couro de vaca.
Cada um sabe o quanto vale o próprio couro.
De nossa parte, se um dia tivermos a infelicidade novamente de ralar, preferimos que seja mais uma vez o de vaca.

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