terça-feira, 23 de abril de 2013

R1200GS LC 2013 nas Concessionárias!!!

For english version, click HERE!

Em outubro do ano passado, já falávamos da BMW R1200GS LC. VEJA AQUI!

Agora, finalmente, passados mais de seis meses de apresentada "lá fora", ela chega às concessionárias, já com fila de espera para levar uma para casa. Segundo notícias, aporta em duas versões: Sport e Premium (ou "Top"), sendo a última completa com ESC e demais eletrônicas. R$ 73.400,00 é o valor sugerido à primeira, enquanto a segunda fica na casa dos R$ 83.900,00, uma diferença de mais de R$ 10.000,00, mas que, como já dissemos, quem já pilotou uma BMW dotada de ESC, controle de tração e outros itens, sabe a diferença fundamental entre ter ou não ter mais estes equipamentos.

O triste disso é lembrar que lá no primeiro mundo o modelo "Top" é vendida por 14.100 euros, já incluídos todos os impostos deles (IVA). Algo em torno de R$ 36.660,00 aqui. Não me pergunte porque nos custa quase 2,5 vezes mais. Pergunte à quem você elegeu nas últimas eleições...


Como efeito rebote, para quem não dispensa uma boa usada, surgem agora excelentes oportunidades de compra, pois já se tem mais de 300 BMW's R1200GS "antigas" (entre os vários pacotes e a Adventure) só no site moto.com ... Se computássemos todas que devem estar sendo anunciadas tembém em outros meios, não me surpreenderia chegarmos a mais de 1000, estando aberta a temporada de caça aos bons negócios e descontos. 

Tanto é assim que as próprias concessionárias BMW já vem inventando promoções e supostas "novas" versões  "comemorativas" para desovar o estoque das antigas. O engraçado disso tudo, como se não bastasse o sobrepreço que pagamos, é constatar que tal versão comemorativa (ou desovativa?) não aparece nos catálogos estrangeiros, tudo dando conta que só nós teremos tal "privilégio" aqui em terras tupiniquins. A próxima "vítima" será a Adventure, que deve ganhar a versão LC também, muito embora a BMW ainda jure de pé junto que irá manter a Adventure refrigerada a ar, coisa que eu não consigo acreditar por mais esforço que faça.Isso seria o mesmo que a BMW dizer no lançamento da G650GS que manteria o modelo antigo, ou fazer o mesmo no lançamento da F800GS, completamente remodelada. Não tem jeito. A nova Adventure deverá ser LC e com mesma cara da R1200GS 2013...

Segundo nossos informantes, já agora semana que vem, mais tardar começo de maio, as primeiras unidades já devem estar sendo entregues aos felizes novos proprietários. 

E você? Vai trocar sua R1200GS "antiga" agora ou vai esperar?

Até breve!

Crédito das fotos: 
BMW Alemanha e site advriders.com 



terça-feira, 16 de abril de 2013

The blindness of fatigue and Iron Butt's Test

Para versão em português, clique AQUI!

 

Returning sometime down the track, after a no asleep night ... I needed to get home before sunrise! Slowly went on, nervously chewing a gum not to sleep (they says when chewing you does not sleep ...).
Down the road I began to hallucinate. First I saw a truck on my right side, fighting for space. So far so good, if it were not coasting along. I looked incredulous again, squinting, and I saw absolutely no truck. It simply was not there! After a cow eating grass in the beginning of the track ... No. Nothing about cows!! Following a truck with its rear lights all lit, illuminating the doors to my left, a bit far, though. I forced my eyes again and realized it was nothing more than an outdoor illuminated.
I started to scare me. Continued well, there just sleep on the bike and only God knows what could happen. I stopped, took a coffee and ate a cheese bread in the only place open at that hour I found (some were already 3am), and followed trip. The parade helped little but gave me more gas for 200km missing.
I got home and in bed ... despenquei For some reason, I was reminded of such evidence "Iron Butt".
Butt what?

Huh?
I to this day do not understand what leads someone to perform such a feat. I see no reason for anyone to aspire to such a title, add a lot of "cerificados" send some money to a foreign association that you never saw fatter fill their coffers in exchange for a printed paper and signed by who knows who. Of course like any "proof" that it is right in the thesis is proven to feel like you were the winner. Managed to overcome it! Won the elements, distances, fatigue, all for the sake of riding over 1600km in less than 24 horas.Ou other distances, in other times.
Okay. So what?
Hence running a tremendous risk of having an accident, ending his life. And all for a paper written certificate that bears a living "iron butt".
Close your eyes for a moment, and walks down the street ... Now imagine doing this at 100, 120 miles per hour. Imagine sleeping for a few seconds, due to extreme tiredness. Also, imagine having your eyes forced to the point that there is not much by enxergues right, your eyes distort what you should be seeing. Among other causes temporary blindness, you may be affected by a pseudo "dry eye syndrome" struck by "light pollution", or be fooled by "floaters", just to name a few problems and dangers associated with fatigue and pilot evening.
With all this, the wake becomes no longer a certainty ...
I understand, but I do not understand. Understand why only about the position of each one. Everything, as I always say, maybe just because I'm getting old and still find reason in extreme speed, the need to reach before, in traveling with the bike loaded up the covers thing I ever did once but that currently causes me dislike.
Today I think the important thing is to go out and get. Have the same number of matches and returns it. I did not get the point of some friends who stop every kilometer to take pictures, urinate, stretch your legs. Every now and then I still do the "follies" of travel 1000, 1100 km per day. Of course, when it occurs, because all the damn time, which always seems to be missing, or the desire to get home sooner.
But always when I arrive, invariably end up thinking, why take so long? Why run either in a single day? My family, my home, do not go away ... So what excuse do I have?
Anyway ...
Always remember that riding a bike has to be a pleasure. Piloting tired can make it the last time you fly. The best, always, is to have the opportunity to drive a bit more, preferably the next day rested.
Then you dig for real flying and scenery!
And it allows greater certainty of finding again the family and everyone who loves to get travel!

 
Travel yes. Very! But always safely.
See you soon.


"Dry eye syndrome - decreased production or increased tear evaporation, causing the eye deslubrificação necessary for good vision."Light pollution" - excessive light from lamps or headlights of vehicles coming in the opposite direction that reaches our eyes and lowers the pupils causing glare and drastically reducing nighttime visibility.
 
"Floaters" - when a person sees points probably is not the result of imagination.
Fluctuations in the vitreous, also known as floaters, are perceived as stains, clouds, dots or cobwebs.

Photo Credits:Google images and particular photo

A cegueira do cansaço e "provas" de moto tipo Iron Butt

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Dia desses retornava pela pista, depois de virar a noite... Precisava chegar em casa antes de amanhecer! Devagar, seguia em frente, mascando um chiclete nervosamente para não dormir (dizem que mastigando não se dorme...).

Lá pelas tantas comecei a ter alucinações. Primeiro vi um caminhão do meu lado direito, disputando espaço. Até aí, tudo bem, se ao lado não fosse acostamento. Olhei incrédulo novamente, forçando a vista, e não vi absolutamente nada de caminhão. Ele simplesmente não estava lá! Depois, uma vaca comendo capim no início da faixa... Não. Nada de vaca!!! Na sequência um caminhão com suas luzes traseiras  todas acesas, iluminando as portas do baú ao meu lado esquerdo, um pouco longe, ainda. Forcei novamente os olhos e percebi que nada mais era do que um outdoor iluminado.

Comecei a me assustar. Continuasse assim, dali há pouco dormiria sobre a moto e só Deus sabe o que poderia acontecer. Parei, tomei um café e comi um pão de queijo no único posto que achei aberto àquela hora (já eram umas 3h da madrugada), e segui viagem. A parada ajudou pouco, mas me deu gás para mais 200km que faltavam.

Cheguei em casa e despenquei na cama... Por alguma razão, me lembrei das tais provas de "Iron Butt".

Bunda de quê? 

Hein???

Eu até hoje não entendo o que leva alguém a executar tal proeza. Não vejo razão para alguém almejar tal título, juntar um monte de "cerificados", mandar uma grana para uma associação estrangeira que nunca lhe viu mais gordo rechear seus cofres em troca de um papel impresso e assinado sabe-se lá por quem. Claro que como toda "prova", é certo que ela em tese existe para o provado se sentir como se vencedor fosse. Conseguiu superar-se! Venceu os elementos, as distâncias, o cansaço, tudo em prol de pilotar mais de 1600km em menos de 24 horas.Ou outras distâncias, em outros tempos.

Tá. E daí?

Daí que corre um risco tremendo de se acidentar, acabar com a própria vida. E tudo por um certificado de papel escrito que o vivente é portador de uma "bunda de ferro".

Fecha os olhos por um instante, e caminha pela rua... Agora imagina fazer isso a 100, 120 quilômetros por hora. Imagina dormir por poucos segundos, por conta do cansaço extremo. Além disso, imagine ter os olhos forçados a tal ponto que lá pelas tantas não enxergues direito, seus olhos distorçam o que você deveria estar vendo. Entre outras causas de cegueira temporária, você pode ser acometido por uma pseudo "síndrome do olho seco", atingido por "poluição luminosa", ou ser enganado por "moscas volantes", somente para citar alguns problemas e perigos relacionados com o cansaço e a pilotagem à noite.

Com tudo isso, o acordar passa a não ser mais uma certeza... 

Entendo, mas não compreendo. Entendo só porque respeito a posição de cada um. Tudo, como sempre digo, talvez simplesmente porque eu esteja ficando velho e não encontre mais razão na velocidade extrema, no ter de chegar antes, no viajar com a moto carregada até as tampas, coisa que já fiz outrora mas que atualmente me causa ojeriza.

Hoje eu acho que o importante é ir, sair e chegar. Ter o mesmo número de retornos do que de partidas. Não cheguei ao ponto de alguns amigos que param a cada quilômetro para tirar fotos, urinar, esticar as pernas. Volta e meia ainda faço as minha "loucuras" de viajar 1000, 1100 km por dia. Claro, quando ocorre, tudo por conta do maldito tempo, que sempre parece faltar, ou a vontade de chegar em casa o quanto antes.

Porém, sempre quando chego, invariavelmente acabo pensando: porquê correr tanto? Porquê rodar tanto em um único dia? Minha família, minha casa, não vão fugir... Então, qual desculpa tenho?

Enfim...

Lembre-se sempre, que andar de moto tem de ser um prazer. Pilotar cansado pode fazer com que seja a última vez que você pilota. O melhor, sempre, é ter a oportunidade de pilotar mais um pouco, de preferência no dia seguinte, descansado.

Aí então você curte prá valer a pilotagem e a paisagem!

E permite uma maior certeza de encontrar novamente a família e a todos que ama ao chegar de viagem!


Viaje sim. Muito! Mas sempre com segurança.

Até breve.



"síndrome do olho seco - diminuição da produção ou aumento da evaporação das lágrimas, causando a deslubrificação do olho, necessária à boa visão.
"poluição luminosa" -   luz excessiva proveniente de luminárias ou faróis de veículos vindo em sentido contrário que atinge nossos olhos e faz diminuir as pupilas, causando ofuscamento e diminuindo drasticamente a visibilidade noturna.
 "moscas volantes" - quando uma pessoa vê pontos, provavelmente não é fruto de imaginação. Flutuações no vítreo, também conhecidas como MOSCAS volantes, são percebidas como sendo manchas, nuvens, pontos ou teias de aranha.  


Crédito das fotos: 
Google images e foto particular

sexta-feira, 12 de abril de 2013

The "superbikes". An unresolved passion ...

Para versão em português, clique AQUI!
 

I always liked the "RR's". The Husky 4 online for me has always been pure music, both at low and high spin there the house of spins the engine begins to cut and start your vrrrrru-tu-tu-tu-tu-tu-tu-tu.. .

 
I never take care about speed itself, but knowing he was on a machine capable of achieving very high in any mistake. A diavel woman not allowed to make mistakes if inadvertently you twist the handle when faced with a hole, for example, otherwise at least take the front wheel off the ground.For day-to-day, many say they are not ideal. Is not that the wheel "sticks" when it rains, the brakes are catching too and can block the front wheel taking him to the ground even easier, short course bumpers that do not serve our Burrowing indecent roads, the uncomfortable position Who would take a dip in the pool and forgot to throw up.To travel, as many do chorus - unanimous in its rough - not to pay. It's hard and uncomfortable seat short again dampers that you transfer all irregularities of the track, which hurt his fists to hold the weight of the body on them, the inability to walk a minimum off road and that is his complete inability to carry the luggage we needed to swear those 30 days of vacation so we dreamed of in the desired run 10,000 km. Tirinhos or short weekend and holidays.If you have the misfortune to fall or tip over even with a speed ... Xiiiii!! There goes at least cowling, a pair of blinkers and mirrors. If you chose the "wrong side", it's more of a tailpipe and maybe a hole in the lid of the box clutch. As is usually the case in one hand and escape in the opposite, does not have much "right side" not to fall. Lucky enough to know who the right fix plastics, is already halfway there and maybe some "milreis" economy. Tip and mirrors, albeit minimally scratched, throw it away and get new ones. Nobody wants a bike with drop.

And, if you have the money in hand and all of the above goes well, expect a few more weeks without a bike. No. No "slider" that give much account to save the girl, even though the manufacturers and sellers of them swear they are standing by the model x or z unlike anything you've ever seen.

For these and others, embarked in Big Trails, why today I am in love. In the city, if not actually
"bigs" - read up, spin there for its 800 cc - do not do ugly. Added to the fact that you can climb without fear a curb with them when all over tighten. How has tires on off, raining or not is less important. And you can choose any path, any unpaved street that will not make the slightest difference will put them.The big trails has everything you would expect of a bike! Agility, comfort, cargo capacity on fuel economy, make our thank column in long commutes, do not care about the state of our roads indecent, usually has a bubble that protects us from the elements (and if not, gives us one way of putting us serve).
 If you have the misfortune to fall or tip over with a big trail ... Vivaaa! Having a good engine protector is unlikely to have more damage than a scratched that, and the rest of the bike will be saved. Fall and nothing is the same. Worst case is that the flash is gone, and can put in place parallel quaquer no one will even notice anything, will not miss the "harmony" of all unlike what happens with speed. Imagine a flash of a speed cg and then think about it in a big trail. Understand the difference? When you want to sell it if you say you fell with it, it will hardly devalue it.
 All previous working, a couple of hours - or minutes, because it will only lift the bike and you rebuild your ego - is ready to move on, as if nothing had happened.
 Until I saw a bunch with sports in front of me ...
 

Slowly marching on behalf of the spine electronics, walking with one hand on her waist to rest the previous path, others opening their arms pad to stretch the muscles. Yet another moved her head to touch the shoulder. In the bag a backpack strapped to the pillion seat or carried on their backs.

Just as I did ...

We pass the damn spine and there came that song so well known. Half a dozen engines speeding round in shape, an orchestra to lose sight of the horizon.

- You should go back to the sport. It has more to do with you, with your way of being ... - Told me my wife perhaps sensing my stare staring infinity where they went.

Since that day, rekindled the old flame of passion, that unresolved beyond the time of a child, which I swore I'd long ago freed.

I still have doubts, of course.

Sometimes I think I'm too old for this, too slow to keep up with one of these nymphs nerve, with sound mind too much power to enjoy all that they'll deliver. I see them too expensive, too technical, too everything! Why put so much money on a machine that will be outdated next year? The best would be simply fatten the box for the hard times of old age approaching rampant? What is it, after all, was a silly passion that comes now manifest when no call was? Maybe, finally, this is just the "crisis of the forty" here that just goes away?

At the same time I know my back will not endure forever, that my reflexes tend to worsen over the years and every time I passed'll be more fearful. My wife, very wise, time and again reminds me that our days pass and we getting closer to the end than the beginning ... So one wonders what it will do with the bank account stuffed in old age. Prolong the suffering by giving tract disease, allowing time to ask ourselves what we have done in life that bring us some pleasure? Give time to the question of why we did not perform a dream, why not let us lie on that tank more often, hearing the purr of its engine? Let's just live one day at a time or we will once again be in love?

Wished we arrived at a point that is "now or never". Or fall in love with me, or just let it pass.
 
Until now, never is the winner.
 
This passion has taken my deams...
 

And you? Ever wonder which superesportiva stirs your senses?

See you soon!!


Photo Credits:Google Images and several sites

As “superbikes”. Uma paixão mal resolvida...

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Sempre gostei das “RR’s”. O ronco do 4 em linha para mim sempre foi pura música, tanto em baixa como alta rotação lá pela casa dos giros que o motor começa a cortar e inicia seu vrrrrru-tu-tu-tu-tu-tu-tu-tu...
 

Eu nunca me importei muito com a velocidade em si, mas sim saber que estava sobre uma máquina capaz de atingir altíssimas em qualquer bobeada minha. Uma diaba que não permitia errar ao torcer o punho inadvertidamente quando me deparasse com um buraco, sob pena de no mínimo tirar a roda dianteira do chão.

Para o dia-a-dia, muitos dizem não serem ideais. É a roda que não “gruda” quando chove, são os freios que travam demais e podem bloquear a roda da frente lhe levando ainda mais fácil ao chão, amortecedores de curto curso que não servem para nossa buraqueira indecente das estradas, a incômoda posição de quem ia dar um mergulho na piscina e esqueceu de atirar-se.

Para viajar, outros tantos fazem coro - na sua tosca unanimidade - de não prestar. É o desconforto do banco duro e curto, novamente os amortecedores que lhe transferem todas irregularidades da pista, seus punhos que doem ao segurar o peso do corpo sobre eles, a incapacidade de andarem num mínimo off road que seja e sua total inaptidão para carregarem as bagagens que a gente jura necessária para aqueles 30 dias de férias tão sonhadas em que vamos rodar os pretendidos 10.000 quilômetros. Ou os tirinhos curtos de final de semana e feriados.

Se você tem o azar de cair ou mesmo tombar com uma speed... Xiiiii!!! Lá se vai no mínimo a carenagem, um par de piscas e retrovisor. Se escolheu o “lado errado”, já é mais uma ponteira de escape e quem sabe um furo na tampa da caixa de embreagem. Como geralmente a caixa está em um lado e o escape no oposto, não tem muito “lado certo” para cair não. Tiver a sorte de conhecer quem conserte direito os plásticos, já é meio caminho andado e quem sabe alguns “mil réis” de economia. Ponteira e espelhos, ainda que minimamente arranhados, pode jogar fora e arranjar novos. Ninguém quer uma moto com queda.

E, se você tiver a grana na mão e todo o anterior der certo, conte com mais algumas semanas sem moto. Não. Não tem “slider” que dê muita conta de salvar a menina, por mais que os fabricantes e vendedores dos mesmos jurem de pé junto serem o modelo x ou z diferentes de tudo o que já se viu.

Por essas e outras, embarquei nas Big Trails, pelas quais hoje sou apaixonado. Na cidade, se não
forem realmente “bigs” – leia-se, girarem lá pelas suas 800 cilindradas – não fazem feio. Soma-se o fato de você poder subir sem medo um meio fio com elas quando todo mais apertar. Como tem pneus on off, estar chovendo ou não é o menos importante. E pode escolher qualquer caminho, qualquer rua sem calçamento que não vai fazer a mínima diferença prá elas.

As big trails tem tudo que se espera de uma moto! Agilidade, conforto, capacidade de carga, relativa economia de combustível, fazem com que a nossa coluna agradeça nos longos trajetos, não se importam com o estado de nossas indecorosas rodovias, geralmente tem uma bolha que nos protege das intempéries (e se não tem, a gente dá jeito de colocar uma que nos sirva).

Se você tem o azar de cair ou mesmo tombar com uma big trail... Vivaaa! Tendo um bom protetor de motor dificilmente terá maiores danos do que um arranhado naquele, e o resto da moto estará salvo. Tombar e nada dá no mesmo. Pior das hipótese é o pisca que se vai, e pode colocar quaquer paralelo no lugar que ninguém vai notar nada mesmo, não vai perder a “harmonia” do conjunto ao contrário do que acontece com uma speed. Imagine um pisca de cg numa speed e depois pense no mesmo em uma big trail. Entendeu a diferença? Quando quiser vendê-la se disser que tombou com ela, isso dificilmente irá desvalorizá-la.

Todo o anterior dando certo, num par de horas – ou minutos, pois será só levantar a moto e você recompor seu ego – estará pronta para seguir em frente, como se nada tivesse acontecido.

Até que eu vi um bando com esportivas na minha frente...
 

Vagarosamente desfilando por conta da lombada eletrônica, uns andando com a mão na cintura para descansar do trajeto anterior, outros abrindo os braços em cruz para esticar os músculos. Mais um outro mexia a cabeça à encostar no ombro. Na bagagem uma mochila amarrada no banco do garupa ou levada às costas.

Justamente como eu fazia...

Passamos a maldita lombada e lá veio aquela tão conhecida música. Meia dúzia de motores acelerando de forma redonda, numa orquestra a perder-se de vista no horizonte.

- Tu devias voltar para as esportivas. Tem muito mais a ver contigo, com teu jeito de ser... - me disse minha Gatinha talvez percebendo meu olhar parado mirando o infinito para onde foram.     

Desde aquele dia, reacendeu-se a chama da paixão antiga, aquela mal resolvida lá dos tempos de criança, da qual eu jurava já tinha há muito me livrado.

Ainda tenho dúvidas, claro.

Por vezes acho que estou velho demais para isso, lento demais para acompanhar uma dessas ninfas nervosas, com a mente sã demais para desfrutar toda potência que elas te entregam. Vejo-as caras demais, tecnológicas demais, tudo demais! Porque enfiar tanta grana em cima de uma máquina que no próximo ano estará desatualizada? O melhor não seria simplesmente engordar a caixinha para os tempos difíceis da terceira idade que se aproxima galopante? O que é isso, afinal, fora uma boba paixão que vem agora se manifestar quando nem chamada foi? Quem sabe, finalmente, é apenas a tal da “crise dos quarenta” que daqui há pouco vai embora?  

Ao mesmo tempo sei que minhas costas não vão agüentar para sempre, que meus reflexos tendem a piorar com o passar dos anos e que eu a cada tempo decorrido vou ficar mais medroso. Minha esposa, muito sábia, volta e meia me lembra que nossos dias passam e vamos ficando cada vez mais perto do fim do que do começo... Então a gente se pergunta o que vai fazer com a conta bancária recheada na velhice. Prolongar o sofrimento dando trato à doença, dando tempo a nos questionarmos o que fizemos da vida que nos trouxesse algum prazer? Dar tempo à interrogação do porquê não realizamos um sonho, porque não nos permitimos deitar sobre aquele tanque mais vezes, ouvindo o ronronar de seu motor? Vamos só viver um dia depois do outro ou vamos mais uma vez estar apaixonados?     

Fato que cheguei num ponto que é o “agora ou nunca”. Ou apaixono-me, ou simplesmente deixo passar.

Até este momento, o agora tem vencido.

E essa paixão tem me tirado o sono...
 

E você? Já pensou qual superesportiva mexe com seus sentidos?

Até breve!!!


Crédito das fotos:
Google Images e sites diversos