terça-feira, 27 de dezembro de 2011

"Nova lei" dos radares? Como assim?

Muito tem se falado da "nova lei" dos radares, depois da "balbúrdia" por conta da malfadada intenção de outra ainda mais esdrúxula, que pretendia a proibição de garupas em motos, no estado de São Paulo.

Sem entrar no mérito da discussão anterior - que feliz e corretamente deu em nada, garantindo os mais básicos direitos do ser humano, entre os quais de não ser julgado por tribunal de excessão e ter respeitado seu direito de ir e vir - não vejo esta atual com os olhos que vira a precedente. Não cheguei a ler minúcias da resolução nova, mas, em síntese, pretende acabar de vez com a "injustificada" prática de "avisar" onde estão os radares.

Agora, o Poder Público não precisará mais dizer o cidadão: "Hei! Aqui tem um radar! Diminua a velocidade para a autorizada na pista!". Ele simplesmente tem de dizer a velocidade que deve ser mantida na pista ou em determinado trecho, se menor.

Mas só um pouco! Porque não há então uma placa em cada esquina me dizendo que eu não posso matar, que não posso roubar, etc.? Onde elas não estão, então eu posso? É isso? Posso me fazer de sonso e dizer: "Ah, seu guarda! Mas a placa indicando velocidade de 80km/h está há 1 km atrás! Aqui não tem... Por isso estou a 130...".

Brasileiro tem o péssimo hábito de se achar injustiçado. Sempre! E tal hábito normalmente vem da dura realidade: normalmente ele É SIM injustiçado! É injustiçado pela carga tributária, é injustiçado pela educação que não tem (e estou falando de ensino básico, acadêmico!), pelo Sistema Único de Saúde - SUS (que de único não tem é nada, pois por conta de sua notória deficiência abre as portas para infinidades de planos de saúde, assistências médicas particulares e todo um mar de "oportunidade" de negócios com a vida), pela corrupção e pela política, por vezes que não merece outro qualificativo do que NOJENTA!

Porém todas essas injustiças não podem servir para lhe dar carta branca ao desrespeito a lei.

O mundo precisa mudar! Não é uma questão de querer ou não. Ele simplesmente precisa. Com ele, nós devemos mudar, devemos nos adaptar. Qual o mal de se andar respeitando o limite de velocidade então?

Eu, particularmente, prefiro isso aos radares maliciosamente escondidos; às "pistolas" medidoras de velocidade das autoridades policiais - normalmente onde sabem que o pessoal passa dos limites; às multas por falta de uso de cinto de segurança (certa feita amigo meu foi multado por não usá-lo... O detalhe que seria cômico se não fosse triste é que estava de moto!); de excesso do uso da buzina quando se usou para advertir motorista que comprou carteira e se atravessou na frente; da falta de coerência de alguns fiscais de trânsito, e, enfim, prefiro tudo isso a que ver algum irmão motociclista perder a vida por excesso de velocidade sua - achando que as estradas são pistas de corrida de um autódromo qualquer onde pode "abusar da sorte" e provar sabe-se lá para quem que sabe pilotar ou pela do que vinha em sentido contrário.

Convenhamos! A lei está aí para ser cumprida! Se a pista diz que você deve manter 110km/h, por que raios você acha que o certo é 130, 150 e que não pode ser "condenado" por isso?

Eu não estou dizendo que sou um santo das estradas! Nunca fui e quiçá, nunca serei... Mas eu tento me manter no razoável. Não quero ser o inquisitor quando sou o que também peca. Porém, quero deixar claro que sei sempre os riscos que estou correndo e os estou sempre assumindo, entre os quais de ser multado. Se acontecer, não vou me achar "injustiçado" e espernear, esbravejando contra a vida, a lei e a ordem.

Sempre acreditamos que a mudança deve vir primeiro dos outros. Nunca de nós mesmos. Se a carga tributária é dura, melhor tentar escapar de todas as formas possíveis, ná é assim? Afinal, 27,5% de imposto de renda é demais!!!

Também acho! Concordo em gênero, número - 27,5% - e grau!

Porém eu sempre digo que preferiria poder pagar no mínimo uns R$ 500.000,00 de imposto de renda por mês... Nem todo mundo entende, ao primeiro "choque", a profundidade "maliciosa" de tal intenção. Um dia chego lá! Estou trabalhando para cada vez pagar mais e mais imposto de renda! E Deus tem me brindado ano a ano com essa possibilidade, por mais descontos que eu consiga fazer na declaração de ajuste anual! Que continue assim! Amém!!!

E vamos vivendo a vida na "Terra Brasilis da República das Bananas". Ainda bem que tem muita! Porque o que há de macaco por aqui, não está no mapa! Está na hora de evoluirmos, ora bolas! De deixarmos de lado nossos insintos primatas para nos tornarmos um pouco mais homens. Pararmos de reclamar de tudo e apreciar a vida, a estrada e quem sabe até os gafanhotos da vida que a atravessam*...


Afinal, no fim das contas, não somos muito mais do que isso.

Respeite primeiro. Depois exija a contrapartida.

*Certa feita critiquei duramente, por meses, anos, foto que o amigo Mazzo tinha tirado na estrada, de gafanhotos que a atravessavam. Achei a foto ridícula, e o critiquei dizendo que não tinha sentido pararem para fotografar tudo! Hoje compreendo que ele tem seu estilo de andar, de pilotar, seu jeito de ver a vida. Se andava mais tranquilo ou mais devagar do que eu, talvez fosse porque simplesmente era menos "macaco" do que eu! Sua "lente" era só diferente da minha, como ainda hoje deve ser. As fotos que tirará, certamente em nada se compararão as que farei. Nem seu modo de pilotar ou ver o mundo...
Mazzo!!! Por favor, me perdoe!!! Hoje, definitivamente, não consigo ver que não com admiração aquela foto que fizeste. Parabéns super atrasado, meu caro!