quinta-feira, 8 de julho de 2010

Motocar na África? Cuidado! Você pode se surpreender...

Perdi recentemente um amigo. E ele nem sabe disso! Vá lá, já não o era tanto assim, pois não consigo ter afeição por gente de opiniões e conceitos retardados. Nada tenho contra verdadeiros doentes mentais, pois doença não escolhe ser, mas aqueles que querem se fazer de engraçadinhos e sustentar posições discriminatórias ou pior, racistas, prefiro-os bem longe de mim!

Todo papo começou por conta da Copa do Mundo deste ano (2010) na África, e acabou descambando para desavenças racistas, viagens de moto e alguns livros que estava lendo, como o "Running With the Moon", de Jonny Bealby, que recomendo. Falei-lhe que assim como o autor, tinha vontade de num futuro próximo, quando me aposentar (o que não pretendo que demore mais do que uma dezena de anos ou tempo suficiente para ter criado meu filho e ainda ter força suficiente para carregar no braço uma moto com bagagens e minha esposa na garupa, ou na modo ao lado, como ela preferir) percorrer a África, descendo por um lado e subindo pelo outro.



O que se seguiu na sequência - ou não necessariamente nesta ordem - foi extremamente desagradável... O infeliz mandou um e-mail do tipo spam com imagens diversas de "extermínio" de "brancos", por supostos grupos formados por negros, os quais ele a partir de então taxava desde assassinos a uma série de adjetivos impublicáveis. Queria me convencer, por "A" mais "B", que esse tipo de viagem era perigosa, e que eu e minha esposa poderiamos ser até mortos por tais africanos.

Creio que no seu conceito, o melhor seria ficar em casa, em lugar de conhecer o mundo e as maravilhosas pessoas e etnias que este habitam.

Que bobagem me estressar com o coitado... Dias depois me lembrei da realidade em que vive. Embora com condições e mais idade do que eu, morando - até onde sei - nos fundos da casa da mamãe. É um que deve ter medo da própria sombra, de escuro e tudo que lhe lembre seu quarto na infância aterradora que deve ter tido. O tipo de gente que vai ter medo de qualquer coisa que não for o próprio espelho.

Doente mental, coitado. Da pior espécie: daqueles que acham que são normais.

Pior que nem sabe, mas em seu sangue deve correr um tanto do bom africano, já que a África é considerada o berço do mundo. De certa forma, portanto, todos nós somos negros, afro-descendentes.
É óbvio que na África há problemas, violência e até guerras de etinas. Mas onde no mundo há lugar seguro? Onde não estamos à mercê da violência? No Rio de Janeiro? Em São Paulo? Vamos agora, por conta do medo, viver encerrados, achando que todos são maus? Vamos taxar determinada pessoa de determinada cor de bandido? De determinada etnia ou região do país ou do mundo de preguiçoso? Do que alguns tem medo, afinal? Dos outros ou, no fundo, no fundo, de si mesmas?

Alguns acham que o mundo se reduz ao quintal dos fundos de casa. Outros sonham, viajam, realizam, vivem a vida plenamente.



Ao final, nem pena dele me restou. Esta, apenas uma homenagem póstuma, a ex-amigo que para mim agora é morto.

Descanse em paz, imbecil. E não saia debaixo da saia da mamãe. O mundo para gente besta como você é sim muito, mas muito perigoso!


* A AeK Motos é contra qualquer forma de discriminação e repudia qualquer forma de manifestação racista.

Quanto vale a sua moto?

Por gostar muito de motos (bem mais do que poderia ser considerado normal), tenho três (ainda que uma não funcione há dois anos e ainda está em litígio judicial contra concessionária por conta de diversas falhas mecânicas) e participo de número maior de grupos e fóruns de discussão na Internet acerca de motos.

Inegavelmente, tenho fortes razões para preferir as big-trails, ainda que não possa considerar ter a altura devida para conduzi-las. Por sorte, tamanho nunca assustou. Para mim, as big-trails são sinônimo de capacidade de carga, conforto, possibilidade de enfrentar estradas diversas (seja de asfalto, terra, rípio ou outras) sem qualquer problema e segurança. Enfim, perfeitas para viajar mundo afora. Particularmente, não vejo outra razão para possuir uma moto senão viajar. Mantê-las para pequenos trajetos ou só por satisfação, não é economicamente racional, além de que me soa igual a comprar um avião e ficar só sobrevoando em volta da pista de pouso.

Listas e fóruns de discussão dizem a que vieram: para gerar discussões.

Em uma destas, eis que surge a velha xorumela de qual moto é melhor, qual vale mais, etc. e tal. Nenhuma novidade.
Custo versus oportunidade? Utilização versus estilo? Cilindrada alta? O que tem mais valor, afinal? Qual moto devo comprar, questiona outro. Quanto vale uma moto? Quanto vale a sua moto?
O valor de uma moto, na maioria das vezes, não pode ser expresso em reais. Provavelmente, possa ser expresso em satisfação.
Neste ínterim, já tive motos custom e, para mim, valeram a metade do que paguei. Já tive motos de turismo esportivas (sport touring) e, para mim, valeram o preço que paguei. Já tive a infelicidade de possuir uma moto que se dizia big-trail e esta, não valeu sequer um décimo do preço pago. Naked, que valia um pouquinho (bem pouco) menos do que pague. E uma velha trail, de 1987, com miseras 250 cilindradas, que para mim vale umas dez vezes mais do que paguei!

Acabamos a discussão aplaudindo-nos mutuamente, pois quando se fala de moto buscando se saber qual a melhor, é quase impossível encontrar unanimidade. Até mesmo porque toda unanimidade é burra.

E a sua moto, é a que vale mais.




*as fotos deste post foram retiradas do fórum de discussão advrider ( http://www.advrider.com/ )